Uma estimativa divulgada pela Unicef (Fundo da Nações Unidas para a Infância) na última quarta (30) aponta que mais de 10,4 milhões de crianças sofrerão de desnutrição aguda na África em 2021.
A maior concentração da doença causada pela escassez de alimentos está em quatro países: República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Iêmen e a região nordeste da Nigéria. A região do Sahel Central também integra a zona de risco.
Em comum, as populações enfrentam a pandemia, conflitos armados e desastres climáticos. “Famílias que normalmente lutam para alimentar seus filhos estão agora à beira da fome”, relatou a diretora executiva da Unicef, Henrietta Fore.
Estimativas pessimistas
Só na República Democrática do Congo, 3,3 milhões de crianças menores de cinco anos devem sofrer desnutrição aguda neste ano. A estimativa é ainda mais pessimista para um milhão de crianças, que poderão enfrentar desnutrição aguda grave.
No noroeste da Nigéria a situação nutricional é calamitosa, alertou a Unicef. Só no estado de Kebbi, a taxa de desnutrição crônica chega a 66% das crianças.
O valor é 20% maior que no estado de Borno, no nordeste do país e o mais afetado pela violência dos radicais do Boko Haram, onde 300 mil crianças estão à beira da morte por falta de alimentos. O Sudão do Sul reúne 7,3 milhões próximas à desnutrição – 60% da população total, estimada em 11 milhões.
A insegurança da região, os desastres climáticos e o acesso limitado a recursos básicos aceleram as taxas de desnutrição. Algo semelhante ocorre nos países do Sahel, como Burkina Faso, Mali e Níger.
Em meio a conflitos e choques climáticos, cerca de 5,4 milhões devem chegar à fome extrema em 2021. O Iêmen, que vive a maior crise humanitária do mundo, já soma mais de dois milhões de crianças com menos de cinco anos em desnutrição grave.
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