Cerca de 300 milhões de crianças precisarão de auxílio humanitário neste ano no mundo, segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A estimativa consta do relatório “Perspectivas Para Crianças em 2023: Uma Visão Global”.
O estudo, lançado na terça-feira (31) em Nova York, adverte que esse número requer urgência na intervenção e oferta de ajuda de organizações internacionais e governos.
As crises múltiplas agravam os níveis de deslocamento, da falta de acesso à educação e das taxas de desnutrição que afetam as crianças. O conjunto de fatores simultâneos que levam a essa crise deve perdurar até 2025.
A situação é mais grave nos países em desenvolvimento, porque políticos em cargos de decisão tentam lidar com várias necessidades urgentes, destaca o estudo.
No topo da lista estão nove países, incluindo a Ucrânia, onde os níveis da dívida não serão mais sustentáveis e precisarão ser reestruturados. O Unicef destaca que os esforços internacionais ainda não são suficientes para descartar uma possível crise da dívida soberana a médio prazo, caso a situação piore.
Angola, o único país de língua portuguesa no documento, apresenta um risco de inadimplência de dívida soberana na faixa de mais de 50% no quinquênio até 2025.
As crises múltiplas envolvem ainda a alta de preços de alimentos e da energia, fatores que contribuíram para aumentar a fome e a desnutrição globais. As crises limitam o acesso aos cuidados de saúde para muitas crianças, dificultando seu tratamento e imunizações de rotina.
Retrocesso escolar das crianças
O relatório aponta ainda que a recuperação das perdas no ensino após o fechamento de escolas será lenta e sentida por vários anos. A mudança para o sistema de aulas remotas deixou desafios para crianças de famílias pobres e levará tempo a recuperar.
O Unicef alerta que a combinação da falta de fundos, inflação e antevisão de restrições em nível fiscal aumentarão a lacuna de financiamento da educação, uma área vital para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
As alterações climáticas fazem parte das crises múltiplas. Os efeitos visíveis incluem as inundações no Paquistão e secas na África Oriental. Esta situação agrava o acesso escolar, a alimentação e os cuidados de saúde, além de causar deslocamentos.
Entre as soluções e estratégias para a combinação de crises atuais estão: priorizar o aumento do investimento em programas de proteção social, como transferências de renda e assistência alimentar.
O relatório recomenda ainda novos programas de recuperação da aprendizagem que ajudarão a enfrentar as perdas e a evitar o retrocesso da educação infantil.
A agência sugere também a continuação dos planos de prevenção, detecção e tratamento precoces para desnutrição infantil grave. Estas intervenções são consideradas “eficazes na redução da desnutrição severa em crianças”.
Ajude a combater a fome entre as crianças
O Unicef, órgão da ONU que fornece apoio humanitário a milhões de crianças em todo o mundo, tem um programa de doações aberto a todos que quiserem ajudar. Através ele, é possível oferecer uma quantia mensal que parte de R$ 30, dinheiro esse convertido em alimento para menores de países de todo o mundo. Se quiser ajudar, clique aqui.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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