Autoridades fiscais da Itália apreenderam bens avaliados em 141 milhões de euros pertencentes ao arquiteto italiano Lanfranco Cirillo, autor do projeto de um palácio avaliado em US$ 1,3 bilhão e supostamente pertencente ao presidente russo Vladimir Putin. As informações são da agência Reuters.
A informação sobre a apreensão dos bens foi confirmada por um advogado do arquiteto, que negou qualquer irregularidade fiscal. Cirillo, que vive atualmente na Rússia, onde recebeu cidadania em 2014, é acusado de não recolher impostos na Itália entre os anos de 2013 e 2019, de acordo com a rede Radio Free Europe (RFE).
“O arquiteto, que está em Moscou, ficou muito decepcionado com o fato de as compras de algumas propriedades de prestígio e obras de arte na Itália e o sustento de sua esposa e filha sejam usados agora para argumentar que ele forjou sua mudança para o exterior”, disse o advogado Stefano Lojacono, em referência aos termos da denúncia.
Entre os bens apreendidos pelas autoridades estão um helicóptero, propriedades de luxo, dinheiro, joias e obras de arte. Cirillo confirmou em abril deste ano ter sido o autor do projeto do palácio, embora tenha dito que em nenhum momento manteve contato com Putin.
“É loucura pensar que o presidente de um país tão importante precisaria construir um palácio para si mesmo”, disse ele na ocasião, em entrevista ao jornal italiano La7.
Fruto de corrupção
Construído entre 2005 e 2010, o palácio tem 17,6 mil metros quadrados e fica na região do Mar Negro. O local conta com uma igreja, uma estufa de 2,5 mil metros quadrados, um anfiteatro e vários edifícios residenciais.
A megaconstrução teria, entre outros caprichos, uma pista de patinação no gelo e uma sala de pole dance. Com centenas de cômodos, o imóvel oferece aos hóspedes uma série de salas de cinema, saguão com bar, cassinos e piscinas. Também há um “túnel” para acesso privativo à praia.
A denúncia de que o palácio seria de uso exclusivo do presidente Vladimir Putin foi feita em janieor do ano passado pela FBK, a fundação anticorrupção do oposicionista Alexei Navalny.
Um vídeo feito originalmente pela equipe de Navalny, cujas imagens foram reaproveitadas pela RFE, mostra detalhes das áreas interna e externa do palácio. Ele é parcialmente narrado em russo e tem legendas somente em inglês.
Um mês depois daquela denúncia, em fevereiro de 2021, o bilionário Arkady Rotenberg, amigo de infância de Putin, afirmou ser o dono da luxuosa mansão, avaliada em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões)
Em um vídeo, Rotenberg afirmou ter adquirido o local “há vários anos”, mas não forneceu evidências sobre a posse do imóvel. O oligarca, que figura entre os mais ricos da Rússia, disse ainda que pretendia usar o palácio como hotel.
“Há um grande número de quartos”, justificou Rotenberg. “Entendo que é uma construção um tanto quanto escandalosa, mas guardem a minha palavra: vai demorar um ano ou dois e eu vou convidá-los para o meu hotel”, disse, ao acusar a imprensa de ilação.
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