A polícia contraterrorismo da Indonésia prendeu na última sexta-feira (10) um suposto líder da organização extremista Al-Qaeda, informaram autoridades locais. Abu Rusdan, um militante jihadista responsabilizado por diversos atentados, foi detido junto de outros três suspeitos de integrarem o grupo Jemaah Islamiyah (JI) próximo da capital Jacarta, segundo matéria da agência Associated Press (AP).
De acordo com porta-voz da polícia indonésia Ahmad Ramadhan,
Rusdan exerce autoridade sobre o JI, uma organização baseada no país e considerada responsável por uma série de atentados anteriores.“Ele é atualmente conhecido por ser ativo na liderança da rede ilegal Jemaah Islamiyah”, disse Ramadhan à AP.
Rusdan é tido como uma figura proeminente do JI, célula que é a principal representante da Al-Qaeda no sudeste asiático e considerada pelos EUA como terrorista. O grupo foi responsável pelo atentado a bomba contra uma casa noturna em Bali, em 12 de outubro de 2002, matando 202 pessoas, a maioria turistas de fora do país.
Segundo as autoridades, as prisões do último fim de semana são parte de um trabalho de ampla repressão ao grupo que ocorre em toda a Indonésia. A polícia continua na busca de outros membros suspeitos, em uma investigação que segue pistas de que o JI estaria recrutando e treinando novos membros no país.
Influente na internet
Rusdan, de 61 anos, foi condenado à prisão em 2003 por ter abrigado
Ali Ghufron, insurgente condenado à pena de morte pelos atentados a bomba em Bali.O líder extremista foi libertado em 2006, mesmo ano que que viajou pelo país fazendo discursos e pregando sermões inflamados que receberam dezenas de milhares de visualizações no YouTube. Em um desses vídeos, ele elogia o Afeganistão, a quem define como “terra da jihad”. Ele passou uma temporada no país, onde participou de treinamentos com outros grupos rebeldes.
Cerco ao terror
A organização
Jemaah Islamiyah foi proibida por um tribunal em 2008 e acabou enfraquecida por uma repressão contínua da polícia anti-terrorismo em ação no país, que contou com reforço dos EUA e da Austrália.Um porta-voz da Agência Nacional de Inteligência da Indonésia, Wawan Hari Purwanto, deu uma recente declaração dizendo que, após a tomada do Taleban no Afeganistão, as autoridades intensificaram os trabalhos, “especialmente contra grupos terroristas que têm ligações com o Taleban ideologia e redes. ”
Em 2020, as autoridades indonésias disseram que as forças de contraterrorismo capturaram dezenas de militantes e supostos membros do Jemaah, incluindo seu suposto líder militar, Zulkarnaen, procurado há mais de 18 anos.
Ataques extremistas contra estrangeiros deram lugar nos últimos anos a ataques menores e menos mortais visando agentes do governo, principalmente a polícia, forças antiterrorismo e civis tidos como “infiéis”. O método atual de atentados tem inspiração nos ataques de grupos do Estado Islâmico (EI) no exterior.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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