O Facebook removeu uma rede de centenas de contas e páginas falsas direcionadas para cidadãos da Ucrânia nesta quinta (6). O sistema reunia esforços para interferir nas eleições dos EUA, realizadas em novembro, disse a big tech.
A campanha incluía diversas plataformas de mídia social e sites que se passavam por veículos de comunicação independentes e promoviam conteúdos favoráveis a políticos ucranianos como o legislador pró-Moscou Andriy Derkach – a quem a companhia atribui participação na rede.
O parlamentar entrou para a lista de exclusão de Washington em setembro, acusado de tentar interferir na escolha presidencial norte-americana. O Facebook, que iniciou a investigação após uma denúncia do FBI (Departamento Federal de Investigações dos EUA, em inglês), disse ter removido todas as contas de Derkach em outubro.
Um agente do FBI disse à Reuters que Derkach é, na verdade, um “agente russo ativo” há mais de dez anos. Em algumas páginas, porém, o político impulsionava materiais anti-Rússia. Apesar das motivações ainda serem incertas, é possível que a rede funcionava como um serviço pago.
“Podemos ver esses operadores como mercenários de influência”, disse o chefe de inteligência do Facebook Ben Nimmo ao think tank norte-americano CyberScoop. “Eles alugavam suporte online inautêntico em todos os círculos políticos ucranianos”.
Outros dois políticos ucranianos estariam ligados à rede criminosa: o parlamentar Oleh Kulinich e o ex-primeiro-ministro Volodymyr Groysman. Nenhum dos dois respondeu aos pedidos de comentário.
Ucrânia está entre ‘sedes’ de redes falsas
A big tech norte-americana disse ainda que a Ucrânia está entre as principais sedes de “comportamento inautêntico coordenado” do mundo. O país é lar de um número crescente de operações de venda de serviços de influência.
Ao todo, o Facebook removeu 363 páginas e 2,37 milhões de contas ucranianas por violar as regras da comunidade. Só a rede de influência de Derkach, por exemplo, gastou cerca de US$ 496 mil – cerca de R$ 2,6 milhões – em anúncios pagos no Facebook e Instagram.
Em comunicado, a empresa disse que também removeu contas e páginas falsas vinculadas ao ministério da Defesa do Azerbaijão voltadas para conteúdos contra a Armênia. Só em abril, o Facebook removeu 1.656 contas, 724 páginas e 63 grupos do Facebook, além de 141 contas do Instagram.
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