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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Líderes discutem cúpula entre Rússia e Ucrânia após tensão bilateral

Os principais assessores dos líderes de Ucrânia, Rússia, França e Alemanha deverão decidir nesta segunda (19) sobre a realização de uma cúpula para aliviar as tensões na península da Crimeia, em forte escalada desde o final de março.

Segundo a RFE (Radio Free Europe), a negociação vem na esteira do pedido do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, de seu homólogo francês Emmanuel Macron e da chanceler alemã Angela Merkel, para que Moscou paralisasse o aumento do número de soldados na fronteira com a Ucrânia.

No dia 31, quatro soldados ucranianos foram mortos em uma batalha que testou o frágil cessar-fogo instaurado em 2015. O pacto está sob pressão em meio a relutância da Rússia em reconhecer seu papel na guerra e a resistência da Ucrânia em dar autonomia à Crimeia, península anexada pelos russos de forma unilateral em 2014.

Líderes discutem cúpula entre Rússia e Ucrânia após escalada de conflito
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, na capital Kiev, em abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Volodymyr Zelenskiy)

Nesta segunda-feira, o exército ucraniano afirmou que mais um soldado foi morto e outro ficou ferido após ataque de granadas com lançadores automáticos. No sábado, Rússia e Ucrânia expulsaram os diplomatas após Moscou alegar “troca de informações confidenciais ilegais”, segundo a Associated Press.

Washington e a Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte) afirmam que a presença militar russa na região é a maior desde 2014, quando Moscou tomou a Crimeia e passou a apoiar os separatistas do leste da Ucrânia. O Kremlin, por sua vez, rejeita que seus movimentos sejam uma “ameaça” e os classifica como uma “questão de soberania”.

Sobre a cúpula, Zelenskiy afirmou que busca inaugurar uma negociação de quatro vias. O método inclui Kiev e Moscou, além de Paris e Berlim – os dois mediadores do conflito desde 2015.

Para a Ucrânia, um cessar-fogo é uma pré-condição básica para a implementação dos acordos de Minsk, que abririam caminho questões como as eleições locais no Donbass – território controlado pelos separatistas nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk – e o controle da fronteira ucraniana, hoje dominada pela Rússia.

Rublo em tendência de queda

Conforme levantamento do britânico “Financial Times”, a moeda russa sofre intensa volatilidade desde o aumento militar na fronteira com a Ucrânia. Na última terça (13), o rublo caiu mais de 3% – uma das quedas mais severas entre os mercados emergentes.

Ao mesmo tempo em que empresas russas se apressaram para vender ações, o comportamento do rublo sugeriu forte vulnerabilidade macroeconômica na Rússia. “A geopolítica é o que está movendo o mercado de câmbio agora”, disse a economista Sofya Donets.

No ano passado, a moeda caiu 16% por conta da pandemia. A redução dos preços do petróleo incrementou a desvalorização.

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