O ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jan Hamacek, pediu uma “expressão de solidariedade” de outros ministros da UE (União Europeia) após forte reação da Rússia às acusações de que dois oficiais de inteligência estariam por trás da explosão de um depósito no sudeste do país, em 2014.
No sábado (17), o primeiro-ministro tcheco Andrej Babis lançou relatórios com “evidências inequívocas” da participação do GRU (Departamento Central de Inteligência da Rússia) no incidente, que matou duas pessoas em Vrbetice, na região de Zlin. O premiê ainda anunciou a expulsão de 18 diplomatas russos, classificados como “espiões”.
Em resposta, Moscou rejeitou as acusações e expulsou 20 funcionários da embaixada tcheca na Rússia. “A reação [russa] é mais forte do que esperávamos. São mais diplomatas expulsos do que o número de oficiais de inteligência que expulsamos”, disse Hamacek.
“Vou me encontrar com Babis e discutir se e quando tomaremos mais medidas”, acrescentou o chanceler, em entrevista coletiva, segundo registro da Reuters. O embate tornou-se a pior crise diplomática entre os dois países desde o fim do domínio soviético, em 1989.
No incidente de outubro de 2014, cerca de 50 toneladas métricas de munição armazenadas no local explodiram. Dois meses depois, outra explosão destruiu 13 toneladas de munição no mesmo depósito.
Os supostos agentes russos seriam Aleksandr Petrov e Ruslan Boshirov – também indiciados pelo atentado a Sergei Skripal e sua filha, Yulia, no Reino Unido em 2018.
Possíveis desfechos
O ministro tcheco afirmou que a embaixada russa em Praga contava com 129 diplomatas e outros funcionários, além de outros dois consulados regionais. O tamanho corresponde ao dobro do tamanho da embaixada tcheca em Moscou. A unidade diz ter sido “seriamente afetada” pelas expulsões.
“Perder tantos oficiais reduzirá a quantidade de atividades e capacidades dos russos por enquanto”, disse um funcionário europeu ao portal especializado “Business Insider”. “[Vladimir] Putin deverá ter perdas de bilhões em contratos no setor nuclear. Esse projeto foi crítico não apenas para a receita da Rússia, mas para a influência sobre assuntos locais”.
“Essa é uma punição real para os russos, mas continuo cético de que esse tipo de coisa afete seu comportamento”, analisou um oficial da Otan (Organização do Tratado Atlântico Norte). “É no máximo possível que alguns oficiais de inteligência tenham que explicar como eles podem ter sido pegos em uma área tão sensível e crítica como a tcheca”.
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