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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Turquia ameaça deportar ativista do Turcomenistão caso ‘críticas persistam’

O governo da Turquia ameaçou deportar a ativista do Turcomenistão Dursoltan Taganova, 29, a menos que “interrompa suas atividades políticas”. A crítica denunciou o ataque ao grupo de direitos humanos russo Memorial na última quarta (21).

Conforme Dursoltan, autoridades turcas a advertiram que poderia ter “problemas de residência” caso as críticas ao Turcomenistão persistam. A ativista está em Istambul desde 2011, e, na Turquia, passou a protestar pela democracia no Turcomenistão, uma das ditaduras mais fechados do mundo.

Dursoltan chegou a ser presa pela polícia turca em julho passado, quando permaneceu 85 dias sob custódia por “participar de manifestação não autorizada e protestar contra a Turquia”. À época, Ancara já havia ameaçado deportá-la a pedido do governo turcomeno.

Governo da Turquia ameaça deportar ativista do Turcomenistão caso 'críticas persistam'

Segundo ela, agentes do governo turco pediram que parasse com as “apresentações na internet”. “Não queremos que você tenha problemas com a sua residência aqui”, afirmaram, segundo relato da jovem concedido à RFE (Radio Free Europe).

Conforme Dursoltan, as autoridades deixaram claro que monitoravam a correspondência da ativista com outros criadores de conteúdo e todas as suas manifestações online. A ativista teve a conta do TikTok bloqueada no dia 15 depois que usou a rede para falar dos problemas econômicos do Turcomenistão.

Situação interna

A pressão sobre Taganova ocorre poucos dias depois do presidente autoritário do país da Ásia Central, Gurbanguly Berdymukhammedov, assumir o controle da recém-criada câmara alta do Parlamento, a Halk Maslahaty – ou “Conselho do Povo”. O mandatário está no poder desde 2006.

Conforme a mídia estatal da ex-nação soviética, Berdymukhammedov teria sido eleito para o cargo por “voto secreto”. Além dele, outros oito membros integram a câmara, de 56 integrantes. A criação do espaço integra uma série de mudanças constitucionais iniciadas ainda em 2019 – e ainda obscuras para a própria população turcomena.

No Turcomenistão não há imprensa ou eleições livres nem oposição. Há expurgos frequentes nos escalões mais baixos do governo, enquanto dissidentes e opositores são presos ou enviados a hospitais psiquiátricos. Os registros de presos políticos desaparecidos já ocorrem há 18 anos, segundo a HRW.

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