A autoridade reguladora da internet na China lançou no último dia 9 uma linha direta para que cidadãos do país relatem críticas online ao Partido Comunista. Conforme o britânico “The Guardian”, Beijing prometeu reprimir os “niilistas históricos” antes do 100º aniversário do partido, em julho.
O canal permitirá que pessoas denunciem outros usuários online que “distorcerem” a história do partido e atacarem líderes e políticos. “Aqueles que difamam os heróis nacionais e negam a existência da cultura socialista avançada devem ser denunciados”, apontou o aviso publicado pela CAC (Administração Cibernética da China).
“Niilismo histórico” é o termo usado para descrever a dúvida pública e o ceticismo sobre o Partido Comunista Chinês. “Alguns com segundas intenções têm espalhado deturpações online e distorcem e negam maliciosamente a história do partido”, disse o comunicado.
“Esperamos que a maioria dos usuários desempenhe sua parte na supervisão da sociedade e relate as informações prejudiciais”, pontuou o documento. O aviso não especifica quais serão as punições aos denunciados pela linha.
É comum, porém, que internautas enfrentem pena de prisão e outras sanções legais pela “postagem imprópria” de conteúdos. Ainda em janeiro, Beijing lançou uma lei que estipula a condenação de até três anos de prisão aos cidadãos que “insultarem, caluniarem ou infringirem” a memória dos heróis e mártires do país.
No início de abril, um homem de 19 anos foi preso na província de Jiangsu, no leste da China, por “fazer críticas ofensivas” sobre a ocupação de Nanjing pelo Japão em 1937, reportou a Reuters.
A censura é comum na internet na China, principalmente sobre redes sociais estrangeiras, mecanismos de pesquisa e veículos de notícias internacionais. Em grandes eventos, como aniversários de políticos, reuniões partidárias e encontros esportivos, a supervisão online aumenta.
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