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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Filipinas veem navios chineses em seu território como ‘desrespeito flagrante’

As Filipinas registraram mais dois protestos diplomáticos contra a China depois que autoridades marítimas detectaram 165 embarcações chinesas na Zona Econômica Exclusiva das águas territoriais de Manila, na última sexta (23). As embarcações teriam entrado na região desde a última terça (20).

Em comunicado, o departamento filipino de Relações Exteriores classificou a invasão como um “desrespeito flagrante ao compromisso de Beijing de promover a paz e estabilidade da região”, registrou a agência catari Al-Jazeera. Conforme o texto, as embarcações incluem navios pesqueiros, guarda costeira e uma milícia marítima da China.

Manila classifica navios chineses no território como 'desrespeito flagrante'
Costa da ilha de Pag-asa, nas Filipinas, em agosto de 1981 (Foto: Divulgação/U.S. National Archives)

Os navios já estariam dentro dos limites da ilha Pag-asa e dos recifes Thomas e Scarborough Shoal. “A presença dessas embarcações infringe de forma flagrante a soberania, os direitos e a jurisdição das Filipinas”, diz o documento.

Harry Roque, porta-voz do presidente Rodrigo Duterte, também alertou que a presença chinesa pode “desencadear hostilidades indesejadas”. Duterte, que mantém laços estreitos com Beijing, afirmou que não pretende alimentar tensões e busca um acordo conjunto com o governo chinês.

Início das incursões

Centenas de navios da China começaram a aparecer na ZEE filipina, em área próxima ao recife de Whitsun, no início de março. Um decisão internacional de 2016 invalidou as reivindicações de Beijing sobre o território.

Apesar dos apelos de Manila para a saída desses navios, Beijing insistiu que os navios de pesca apenas se protegem contra o mau tempo e têm permissão para estar lá com base em “direitos históricos”. O país reivindica quase todo o Mar da China Meridional – incursão que o Tribunal de Haia já definiu como ilegal.

Além das Filipinas, o avanço chinês sobre o Mar da China Meridional preocupa outros países do sudeste asiático, como Malásia, Brunei e Vietnã. Beijing já implantou plataformas de vigilância para além de seus limites marítimos. O governo chinês não se manifestou sobre as novas incursões.

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