Os dois supostos agentes russos acusados de atacar o ex-oficial de inteligência russo Sergei Skripal, em 2018, seriam os mesmos que teriam provocado a explosão de um depósito de munição da República Tcheca em 2014. Essa relação veio à tona em uma coletiva de imprensa de emergência no sábado (17), com o primeiro-ministro tcheco Andrej Babis.
Conforme Babis, relatórios apontaram “evidências inequívocas” da participação do GRU (Departamento Central de Inteligência da Rússia) no incidente que matou duas pessoas em Vrbetice, na região de Zlin. O premiê ainda anunciou a expulsão de 18 diplomatas russos, classificados como “espiões”.
Um alto funcionário de Praga afirmou à RFE (Radio Free Europe) que a Rússia pode ter cometido um “ato de terrorismo de Estado” no país. A polícia tcheca emitiu avisos de procuração para dois supostos agentes russos neste domingo (18).
No incidente de 16 de outubro de 2014, cerca de 50 toneladas métricas de munição armazenadas no local explodiram. Dois meses depois, outra explosão destruiu 13 toneladas de munição no mesmo depósito. Os supostos agentes russos foram identificados como Aleksandr Petrov e Ruslan Boshirov.
Os mesmos homens teriam tentado envenenar Skripal e sua filha, Yulia, em Salisbury, no Reino Unido, em 2018, com uma dose tóxica de novichok. O agente nervoso, também usado contra o político da oposição Alexei Navalny, era comum na perseguição a inimigos da era soviética. A Rússia nega qualquer envolvimento no ataque.
Em resposta às expulsões, Moscou alertou sobre possíveis consequências. “Praga está bem ciente do que vem depois desse truque”, disse a porta-voz Maria Zakharova à agência russa Interfax. “A reação deve ser proporcional”, disse o primeiro vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Rússia, Vladimir Japarov.
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