Uma publicação veiculada pela Al-Qaeda está oferecendo bitcoin como pagamento para extremistas que assassinarem agentes das forças de segurança ocidentais. Os jihadistas oferecem a moeda virtual a quem mandar gravações ou fotografias que comprovem o assassinato, disse o jornal espanhol “La Razón”, que teve acesso aos materiais.
O anúncio teria sido veiculado na revista jihadista “Manhattan Wolves”, em dezembro e dá indicações precisas sobre como realizar os ataques. A principal recomendação é que as ofensivas ocorram durante os recentes protestos contra as medidas de restrição à Covid-19.
Países como EUA, França, Itália, Alemanha e Grã-Bretanha são os “ideais”. “Nesses lugares há a vantagem do anonimato na multidão e a possibilidade de o porte de armas passar despercebido”, diz o texto.
Pagamento de até US$ 60 mil
Ao enviar as provas dos ataques, os chamados “lobos solitários” poderão receber até US$ 60 mil em bitcoin – cerca de R$ 330 mil – caso concedam aos líderes da Al-Qaeda a possibilidade de assumir a autoria do crime.
O artigo também instrui os simpatizantes jihadistas a incentivar outras pessoas a atacar os agentes, além de encorajar a destruição de propriedade privada “em nome de Alá”.
“Se você não pode alcançar a propriedade pública, vise a propriedade privada”, diz o texto. “Destrua carros, lojas e barracas. Lembre-se que todos os cruzados [termos para designar os policiais] estão juntos com seus governos na guerra contra o Islã“.
A polícia espanhola já reforçou as medidas de autoproteção, disse o Comando Geral do país. “A ameaça é real”, diz uma nota transmitida internamente. “Todos devem tomar medidas extremas de autoproteção e ficar alertas”.
Analistas do jornal “OK Diário”, de Madri, deram credibilidade ao reforço. “Ocorre à medida em que a Al-Qaeda tenta reconquistar a posição de referência como grupo terrorista, perdida nas últimas décadas”.
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