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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Síria marca eleições gerais para maio em meio a críticas da oposição

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, no poder desde 2000, já se prepara para um quarto mandato após anúncio de eleições para 26 de maio, já classificadas como favas contadas pela oposição. A família do autocrata alauíta governa o país do Oriente Médio há 50 anos, com o apoio de militares.

Conforme a emissora alemã Deutsche Welle, já há cinco candidatos para concorrer com Assad, incluindo uma advogada de 50 anos – a primeira mulher a concorrer à presidência da Síria. É esperado, porém, que Assad permaneça no cargo por mais sete anos. Em 2017, ele alegou ter conquistado quase 90% dos votos ao concorrer com dois oponentes.

Para apresentar a candidatura, os civis devem contar com o apoio de 35 membros do Parlamento – dominado pelo Baath, partido de Assad. Só são aceitos políticos que vivem na Síria desde 2011, ano do início da guerra civil que dilacerou o país após protestos que pediam a saída do presidente. A medida impossibilita a candidatura de oposicionistas no exílio.

Assad se prepara para 4º mandato após eleições da Síria, em 26 de maio
O presidente sírio Bashar Al-Assad em visita à Armênia, em junho de 2009 (Foto: Divulgação/PanARMENIAN Photo/Davit Hakobyan)

Os candidatos podem se inscrever para concorrer até quinta (29) e a tímida oposição que segue no território sírio desclassifica o pleito. “Consideramos o parlamento de Assad sem legitimidade. É uma farsa teatral”, disse um dos líderes da oposição apoiada pela Turquia, Mustafa Sejari.

Forças de Ancara controlam uma faixa de território no noroeste da Síria, onde há milhões de refugiados. A declaração veio após o anúncio da data das eleições pelo presidente do Parlamento, Hammouda Sabbagh, no último dia 18, registrou o “The Guardian”. “Ao exercer esse direito, nosso povo sinalizará que a Síria superou seu conflito”, disse.

Pleito controverso

Desde 2011, a oposição e líderes ocidentais exigem a saída de Assad, a quem acusam de crimes contra a humanidade. “Essas eleições não serão livres nem justas. Eles não vão legitimar o regime de Assad”, disse Linda Thomas-Greenfield, enviada dos EUA ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), em março.

Apoiadores de Assad, por outro lado, dizem que, apesar das tentativas de Washington e aliados de derrubar o presidente, a eleição será realizada. “Nossos governantes não seguiram os ditames de Washington ou Israel”, disse o político alauita Husam al Deen Khalsi.

Ainda que os sírios no exterior possam votar nas embaixadas até 20 de maio, nem todos os países têm essa permissão. A maioria curda no norte da Síria também é excluída da votação.

Dados recentes da ONU apontam que 13,4 milhões de sírios – ou dois em cada três – precisam de ajuda humanitária. Desde 2011, a guerra da Síria fez mais de 590 mil mortos e varreu a nação de 17 milhões de habitantes.

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