Um tribunal de Moscou ordenou a suspensão de todas as atividades nos escritórios vinculados ao político da oposição Alexei Navalny, preso desde janeiro. A decisão saiu nesta segunda (26), segundo afirmou um dos advogados de Navalny, Vladimir Voronin, à RFE (Radio Free Europe).
A medida deve incluir a Fundação Anticorrupção e a Organização de Proteção aos Direitos dos Cidadãos – ambos gerenciados por equipes do opositor. Uma audiência solicitada pelo Ministério Público russo deve decidir, na quinta (29), se as entidades serão enquadradas como “extremistas”.
Caso o tribunal reconheça as organizações de Navalny desta forma, agentes públicos poderão condenar todos os funcionários de 34 unidades gerenciadas pelo político a penas de seis a dez anos de prisão.
Em uma das moções, o promotor Denis Popov pede que as organizações sejam proibidas de publicar relatórios investigativos na internet, realizar manifestações e participar de eleições e referendos. As entidades do político da oposição ganharam destaque nas redes ao denunciar casos de corrupção e abusos do governo.
“Com este movimento, o governo diz que teme nossos comícios e a votação inteligente”, escreveu Ivan Zhdanov, diretor da entidade anticorrupção no Twitter.
A medida ocorre poucos dias depois da prisão de cerca de dois mil apoiadores de Navalny, em protestos que pedem atendimento médico adequado ao opositor na prisão. O político encerrou sua greve de fome na última sexta (23) ao alegar que recebeu o “suficiente”.
A Anistia Internacional condenou a ordem de fechamento como um “ataque cínico sem precedentes”. A prisão de Navalny já desencadeou sanções dos EUA e UE (União Europeia). O político foi preso assim que retornou à Rússia em janeiro, após uma tentativa de envenenamento pelo agente nervoso novichok e meses em recuperação na Alemanha.
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