O avanço dos rebeldes houthis à cidade de Marib, último reduto do governo iemenita, já fez 65 mortos, relataram oficiais do Iêmen à emissora VOA (Voice of America). O grupo assumiu o controle total do campo de Kassara apesar dos ataques aéreos da coalizão saudita no domingo (25).
O território fica próximo à capital Sanaa, já controlada pelos rebeldes alinhados ao Irã. Marib é a única região do Iêmen sob o domínio do governo, apoiado pela Arábia Saudita desde 2015. Entre os mortos estão 25 soldados iemenitas, relataram fontes à AFP.
Os combatentes houthis agora se deslocam para a área de Al-Mil, a seis quilômetros do centro de Marib. O grupo usa motocicletas para cruzar as montanhas que protegem a cidade depois que a coalizão saudita destruiu boa parte de seus veículos militares. A coalizão luta para impedir a entrada dos rebeldes na região desde fevereiro.
A possível perda de Marib sinaliza a derrota do governo iemenita após a tomada de Sanaa, alertou o think tank norte-americano CFR (Council of Foreign Relations). Caso capturem a cidade, os houthis ganham vantagem antes de entrar em qualquer negociação com o governo em meio à pressão internacional para a retomada das tratativas de paz.
Desastre humanitário
A queda aprofunda a crise humanitária no Iêmen, tida como o mais grave do mundo. Em meio aos confrontos, cerca de dois milhões de civis migraram para cerca de 140 alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.
Mais de 13,6 mil moradores já deixaram Marib temendo a onda de violência que pode se instalar na cidade. Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias.
Os rebeldes intensificaram os ataques com mísseis e drones contra a Arábia Saudita desde que Washington incluiu o grupo em sua lista de grupos terroristas internacionais, em janeiro. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exige a abertura do espaço aéreo e portos do Iêmen.
A guerra do Iêmen começou no final de 2014, após o grupo rebelde houthi, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.
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