Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
O acesso humanitário devido à escalada da violência causada pelo terrorismo em Moçambique tem preocupado as agências de auxílio que operam no atendimento à emergência em Cabo Delgado, no norte do país africano de língua portuguesa.
Um encontro com jornalistas, esta sexta-feira, em Genebra, mencionou questões de atendimento a deslocados na província, como segurança, isolamento, abusos de direitos humanos e falta de acesso a serviços essenciais.
Cerca de 30 mil pessoas já fugiram da violência à cidade de Palma e os números continuam a subir após o ataque de 24 de março. A Acnur (Agência da ONU para os Refugiados) realça que a situação de deslocados, incluindo mulheres e crianças, preocupa profundamente na sequência dos confrontos na área costeira.
Dezenas de pessoas perderam a vida e milhares fugiram a pé, por estrada e por mar. A maioria migra tanto para dentro ou fora do país. Muitos mais ainda estariam isolados na província rica em petróleo e gás.
Os que escaparam, enfrentaram grandes barreiras na busca de segurança. Há verificação em pelo menos 13 locais pela OIM (Organização Internacional para Migrações) na capital provincial Pemba.
O Acnur também atua na maior cidade da província e ainda em Mueda, Montepuez, Negomano e Quitunda. Nessas áreas, são comuns os casos de centenas de crianças chegando sem suas famílias, traumatizadas e exaustas.
Famílias
Os deslocados chegam geralmente sem os bens e com problemas de saúde, incluindo lesões e desnutrição grave. O auxílio humanitário inclui reunir famílias e apoio à saúde mental, psicossocial e material.
Já a OIM realça que 75% da população deslocada são mulheres e crianças. No fim da visita de uma semana a Cabo Delgado, o diretor de Emergências da agência, Jeff Labovitz, realçou que não houve atendimento aos pedidos de fundos para operações críticas.
Em 2021, a OIM precisa quase US$ 22 milhões para cobrir necessidades imediatas da emergência no norte de Moçambique. Há uma semana, agências liberaram US$ 1,2 milhão para os esforços de socorro.
Para vários deslocados retornar para casa está fora de questão. A agência elogiou o governo pela identificação de terras para transferi-los, enquanto se encaminha os afetados para serviços de saúde, áreas de abrigo e oferece artigos não alimentares, além de coordenar acampamentos e rastrear populações e suas necessidades.
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