Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
A OIM (Organização Internacional para Migrações) doou mais US$ 1,2 milhão a ações de resposta de emergência para os deslocados por ataques de terroristas em março, na cidade de Palma, em Cabo Delgado.
No sábado (24), o diretor de Operações e Emergências da agência começa a analisar a situação no terreno. A visita também deverá assegurar a continuação do auxílio aos necessitados na região do extremo norte.
Na semana passada, o número de deslocados dos ataques terroristas era quase 25 mil. Pelo menos 4 mil novos residentes deixaram Palma após confrontos desses grupos com as forças de segurança do país.
A chefe do Escritório da OIM em Moçambique, Laura Tomm-Bonde, diz haver “centenas de pessoas com necessidades humanitárias urgentes que chegam diariamente a pé, de autocarro e de barco devido à instabilidade em Palma.”
A representante realçou que o auxílio essencial continua, mas carece de mais apoio em favor de “soluções duráveis para milhares de famílias deslocadas, para que comecem a preparar um novo futuro para si mesmas e suas famílias”.
Mais da metade dos deslocados que deixaram Palma estão nos distritos da fronteira norte com a Tanzânia. Mueda alberga 6.970 e em Nangade pelo menos 6.733. Mais a sul, cerca de 5 mil pessoas chegaram à capital provincial, Pemba, e mais 3.795 ao distrito de Montepuez.
Uma das deslocadas de Palma é Malitate Ali, mãe de seis filhos, incluindo um recém-nascido. Ela foi acolhida por um parente em Pemba e recebe apoio psicossocial da OIM.
Raptados
A agência também oferece primeiros socorros e aconselhamento em grupo e individual. Malitate Ali contou que os grupos armados queimaram lojas, casas e decapitaram pessoas. Vários membros de sua família foram raptados e feridos.
Ela disse precisar de comida e roupas para os filhos, principalmente o bebê enquanto não volta a Palma. Além de oferecer assistência psicossocial e proteção a centenas de deslocados de Palma, a OIM envia artigos não alimentares para reabastecer o sistema de auxílio e melhorar a resposta em áreas de difícil acesso.
Cerca de 2 mil famílias deslocadas nos distritos de Mueda e Montepuez receberam lonas, cobertores, roupas, baldes, galões e outros itens essenciais em uma semana. No total, 40 mil moçambicanos já tiveram assistência direta da agência desde o início do ano na sequência da insegurança em Cabo Delgado.
No entanto, a OIM precisa de US$ 58 milhões para financiar o Plano de Resposta à Crise de 2021. Desse total, quase US$ 22 milhões são para responder às necessidades humanitárias críticas no norte de Moçambique.
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