O relatório lançado durante o encontro anual do FMI (Fundo Monetário Internacional) aponta uma projeção para 2021 de crescimento econômico global de 6% em 2021 e 4,4% em 2022. O principal desafio para esse ano será acelerar a oferta de vacina para conter o surgimento das novas variantes da Covid-19.
A revisão vem na sequência de novos pacotes fiscais em grandes economias, como EUA e China, além de uma recuperação esperada como consequência dos avanços da vacinação a partir do segundo semestre deste ano.
A rápida reacomodação da economia a novas práticas de trabalho, como o home office, e as adesões a políticas de incentivo foram essenciais para que a contração econômica global não seguisse previsões mais pessimistas. A retração do PIB global, que chegou a 3,3% em 2020, poderia ter sido até três vezes maior, segundo estimativas do Fundo.
“Graças a este movimento sem precedentes na resposta política global, a recessão gerada pela Covid-19 deve deixar cicatrizes menores que a crise financeira de 2008“, aponta o relatório. Ainda assim, economias emergentes e de baixa renda devem sofrer as perdas mais significativas no médio prazo.
Impactos divergentes
Países que dependem do turismo, como o México, e da exportação de commodities, a exemplo do Brasil, devem enfrentar o aprofundamento na desigualdade de renda nos próximos anos. Desde o início de 2020, cerca de 95 milhões de pessoas passaram a viver em pobreza extrema.
Os economistas do FMI sugerem a priorização das políticas públicas para as populações mais vulneráveis, como seguro financeiro para autônomos e desempregados, garantia de recursos para a saúde, programas educacionais e investimento em infraestrutura verde, a fim de acelerar a redução da dependência do carbono.
O fortalecimento da cooperação internacional também foi classificado como “vital” para o manejo das incertezas deixadas pela Covid-19. A primeira iniciativa é a Covax, da OMS (Organização Mundial da Saúde), que prevê o envio da vacina aos países em desenvolvimento.
O encontro anual do FMI segue até domingo (11), de forma remota.
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