Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
A OIM (Organização Internacional para Migrações) e a UE (União Europeia) assinalam quatro anos de apoio ao retorno voluntário de mais de 12 mil migrantes vulneráveis, incluindo crianças ao Corno de África, como é conhecida a região do extremo leste do continente.
A parceria acompanha também a reintegração dos migrantes nas respetivas comunidades. Mais de metade desse total, ou seja 6,3 mil são migrantes vindos da Etiópia, Somália, Sudão e Djibuti. Quênia, Uganda e Sudão do Sul estão entre os países de origem desses homens, mulheres e crianças retidos e detidos em locais como a Líbia.
Os repatriados estão entre os mais de 8,2 mil que receberam apoio para reintegrar suas comunidades. Até ao momento, a Iniciativa Conjunta UE-OIM para a proteção e Reintegração dos Migrantes já gastou 56 milhões de euros no processo.
Segundo a OIM, com o encerramento de centenas de fronteiras aéreas, terrestres e marítimas em consequência da Covid-19 no ano passado, exacerbaram-se os riscos a que são expostos os migrantes, que começaram a usar, cada vez mais, rotas novas e mais arriscadas.
Reintegração
A agência da ONU adianta que a exploração dos migrantes por contrabandistas multiplicou-se. Segundo dados do Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM, 58 pessoas perderam a vida em jornadas por terra ou mar em 2020, muitos em trajetos perigosos.
Em resposta, a Iniciativa Conjunta União Europeia-Organização Internacional para as Migrações aumentou a assistência, reabilitando infraestruturas de apoio em localidades chave de trânsito como Djibuti. Infraestruturas incluem instalação de clínicas de saúde móveis para migrantes.
O diretor regional da OIM para o Corno de África e África Oriental, Mohamed Abdiker, disse que o programa percorreu um longo caminho para levar partes ao objetivo comum de salvar vidas, permitindo muitos dos que se encontravam encalhados a começar de novo.
Para Abdiker, a ideia é atender uma necessidade crítica numa região com movimentos migratórios significativos. O programa em implementação na África Ocidental, Central e do Norte, lançado em 2016, está alinhado às prioridades da Cimeira de Valetta e à urgente necessidade de proteger e salvar a vida dos migrantes.
Uma parceira trilateral ganhou incentivos para abranger as principais rotas de migração em 26 países das três regiões africanas. A maioria dos migrantes são homens como o migrante Mohamed, que embarcou numa viagem migratória em busca de trabalho. Ele deixou a terra natal, Somália com a intenção de alcançar o velho continente.
“Os contrabandistas cobraram US$ 3 mil para me levar primeiro à Líbia, e depois à Europa, mas não honraram a palavra”, contou ele, acrescentando que lhe entregam depois a um outro grupo que o manteve detido na Líbia, exigindo aos pais um resgate de US$ 4 mil para a sua libertação.
Árvores frutíferas
Mohamed recebeu apoio da OIM e UE para fazer o caminho de volta à casa. Agora ele dirige um pequeno negócio em Mogadíscio, capital do país. O programa forneceu assistência a mais de 660 repatriados de maneira semelhante para recomeçarem a vida.
Os Centros de Resposta a Migração fornecem comida, cuidado médico, abrigo, aconselhamento e outros itens essenciais. Eles têm o apoio do Programa de Proteção e Reintegração dos Migrantes e outros financiadores. O Corno de África conta com 40 projetos comunitários beneficiando 217 mil indivíduos.
Os projetos incluem um viveiro de árvores frutíferas no Sudão. Além disso, também há produção de foragem, semente e fibra de sisal na Etiópia e a reabilitação de escritórios do governo local na Somália.
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