Autoridades da França anunciaram na segunda (4) a prisão do ex-ministro da República Democrática do Congo, Roger Lumbala. O político de 62 anos é acusado de crimes contra a humanidade pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Lumbala é suspeito de liderar a RCD-N (Associação Congolesa pela Democracia Nacional, do francês). As acusações contra o grupo armado envolvem assassinatos extrajudiciais, estupros e canibalismo durante a segunda guerra civil do país, entre 1998 e 2002.
As acusações contra o ex-líder remetem aos anos finais do conflito, informou o britânico “The Guardian“. À época, Lumbala teria se envolvido em crimes contra os grupos étnicos Nande e Twa na região de Ituri, ao nordeste do país.
A prisão ocorre após uma investigação policial iniciada ainda em dezembro de 2016. O Judiciário francês tem o direito de prender e processar suspeitos em casos de crimes contra a humanidade, mesmo os cometidos no exterior.
Lumbala atuou como ministro do governo de transição da República Democrática do Congo entre 2004 e 2005. Em novembro de 2013, depois de Lumbala ter o mandato invalidado por seguidas ausências no Parlamento, as autoridades do país africano o acusaram de “alta traição”.
À época, o ex-líder foi acusado de ser cúmplice dos rebeldes M23 – Movimento 23 de Março. O grupo é responsável pela maior ofensiva violenta na província Kivu do Norte, onde fica Ituri, desde a guerra civil.
Exilado, o ex-líder voltou para casa em 2017 após um acordo para encerrar a crise política.
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