A violência de grupos terroristas ligados ao EI (Estado Islâmico) forçou a suspensão de um projeto de extração de gás liquefeito na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
A empresa francesa de energia Total precisou interromper o projeto multibilionário após ameaças, disse a Associated Press. O estopim foi o ataque de rebeldes ao vilarejo de Quitunda, no dia 1.
O local abriga cerca de três mil funcionários da construção de uma filial na península de Afungi. O avanço do grupo em direção à multinacional começou ainda na véspera de Natal. As obras foram suspensas.
Na segunda (4) a Total lançou uma nota em que decreta a redução do número de pessoal devido aos riscos elevados pela “situação de segurança” em Cabo Delgado. “Estamos tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança nos funcionários”, disse o comunicado.
A planta de 43 quilômetros quadrados custou US$ 3,9 bilhões à Total, que possui 26% de participação no projeto. A previsão é que o local comece a extrair gás em 2024.
Mais de 2,4 mil já morreram e 570 mil se deslocaram desde a insurgência dos extremistas em Cabo Delgado, em 2017, de acordo com o governo moçambicano. Os ataques se intensificaram no início de 2020, quando o grupo paramilitar Ahulu Sunnah Wa-Jama jurou fidelidade ao EI.
A região, que faz divisa com a Tanzânia, é rica em gás natural e guarda reservas importantes de petróleo. O grupo já tomou o proeminente porto de Mocímboa da Praia – ponto estratégico às companhias de extração.
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