Acompanhado da filha, o líder norte-coreano Kim Jong Un foi fotografado enquanto examinava um satélite de espionagem militar que o país pretende lançar em breve, mostrou a mídia estatal nesta quarta-feira (17). Durante sua visita a uma instalação aeroespacial, Kim descreveu o reconhecimento baseado no espaço como uma medida crucial para combater os EUA e a Coreia do Sul. As informações são da rede NDTV.
Durante sua visita, a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, da sigla em inglês) informou que Kim Jong Un aprovou um “plano de ação futuro” não especificado em relação aos preparativos para o lançamento do satélite.
Em imagens divulgadas pelo Rodong Sinmun, o jornal oficial do país, Kim e sua filha, supostamente chamada de Kim Ju Ae, que se estima ter cerca de nove anos, foram vistos vestindo jalecos brancos enquanto conversavam com cientistas próximos a um objeto que aparentava ser o componente principal de um satélite.
Satélites espiões estão entre uma série de sistemas de armas avançados que Kim prometeu desenvolver, tendo sido um dos principais projetos de defesa delineados pela líder em 2021.
Em dezembro de 2022, o país anunciou ter realizado um “importante teste de estágio final” para o desenvolvimento de um satélite de espionagem. Na ocasião, autoridades afirmaram que o projeto seria concluído até abril deste ano.
Em abril, Kim anunciou que a construção do satélite estava concluída e deu sinal verde para o lançamento. Segundo a KCNA, o satélite foi considerado pronto para ser carregado em um foguete após passar por testes para verificar sua resistência ao ambiente espacial.
Pyongyang ainda não tem uma data específica para o lançamento, mas alguns analistas sugerem que isso pode ocorrer nas próximas semanas.
Esse lançamento envolveria o uso de tecnologia de mísseis de longo alcance, que é proibida por resoluções anteriores do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). No entanto, testes anteriores de mísseis e foguetes demonstraram a capacidade da Coreia do Norte de colocar um satélite em órbita.
No entanto, alguns analistas sul-coreanos afirmam que o satélite retratado nas fotos divulgadas pela mídia estatal parece ser muito pequeno e rudimentar para suportar imagens de alta resolução.
A Coreia do Sul ressaltou que o lançamento de um satélite pela Coreia do Norte violaria várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que proíbem o país de realizar qualquer lançamento envolvendo tecnologias balísticas. Além disso, salientou que tal lançamento representaria uma ameaça à paz e à estabilidade regional.
Kim Jong Un afirmou que a aquisição de um satélite de espionagem é crucial para fortalecer a defesa do país, à medida que os “imperialistas dos EUA e os fantoches vilões” sul-coreanos intensificam suas ações provocativas contra a Coreia do Norte, relatou a KCNA.
Por que isso importa?
A movimentação militar de Pyongyang aumenta a tensão na região, já que o país tem encarado a Coreia do Sul e as demais nações ocidentais como “inimigas”. O regime comunista afirma que não há “necessidade de se sentar frente a frente com as autoridades sul-coreanas e não há questões a serem discutidas com eles”. Isso inclui a questão nuclear.
Ao lado de EUA e Japão, os sul-coreanos têm pressionado Pyongyang a evitar a proliferação de armas nucleares e cooperar para manter a paz e a estabilidade na península. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.
A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas. Até agora, o presidente Kim Jong-un recusou as tentativas de aproximação diplomática do líder norte-americano Joe Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.
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