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terça-feira, 9 de maio de 2023

Guerra da Ucrânia se aproxima da marca de nove mil civis mortos, segundo a ONU

A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou nesta terça-feira (9) o balanço atualizado de baixas civis na guerra da Ucrânia. De acordo com a entidade, o conflito iniciado em 24 de fevereiro de 2022 se aproxima da estarrecedora marca de nove mil civis mortos.

O balanço aponta mais de 23 mil baixas, sendo 8.791 mortos e 14.815 feridos. Como nos relatórios anteriores, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) destaca que os números compreendem apenas vítimas oficialmente confirmadas. Dessa forma, devido à subnotificação, os números reais tendem a ser maiores.

Edifício destruído por ataques de mísseis em Borodianka, na Ucrânia (Foto: Aleksey Filippov/Unicef)

“O ACNUDH acredita que os números reais são consideravelmente maiores, já que o recebimento de informações de alguns locais onde intensas hostilidades estão ocorrendo foi atrasado e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração. Isso diz respeito, por exemplo, a Mariupol (região de Donetsk), Lysychansk, Popasna e Sievierodonetsk (região de Luhansk), onde há alegações de numerosas vítimas civis”, diz a ONU.

O governo da Ucrânia, que criou um site para registrar as vítimas civis e os crimes de guerra cometidos pelas forças da Rússia, relata atualmente os mesmos números citados pela ONU. E destaca que entre os quase nove mil mortos estão 480 crianças.

No mesmo canal, Kiev alega que, considerando essas informações, foram documentados 85.445 crimes de guerra cometidos pelas tropas de Moscou até esta terça (8).

Por que isso importa?

Em relatório divulgado em março de 2023, a ONU afirmou que as autoridades da Rússia são efetivamente responsáveis por crimes de guerra na Ucrânia. Aquele documento foi redigido com base no trabalho de uma Comissão Internacional Independente de Inquérito que esteve no país devastado pelo conflito.

“Os crimes de guerra incluem ataques a civis e infraestrutura relacionada à energia, homicídios dolosos, confinamento ilegal, tortura, estupro e outras violências sexuais, bem como transferências ilegais e deportações de crianças”, diz o documento, que acrescenta. “Em áreas sob seu controle, as autoridades russas cometeram assassinatos deliberados de civis ou pessoas não envolvidas em combates (hors de combat), que são crimes de guerra e violações do direito à vida”.

No caso dos ataques contra civis, eles são realizados principalmente com armas explosivas em áreas populosas. Casos de violência sexual também têm se acumulado desde o início da guerra. O relatório destaca que muitos dos estupros constatados foram “cometidos por autoridades russas quando realizavam visitas de casa em casa em localidades sob seu controle e durante o confinamento ilegal”.

Já a tortura e o confinamento ilegal muitas vezes ocorrem de forma conjunta. Como o caso de um ucraniano que foi detido e espancado pelas tropas invasoras como “castigo por falar ucraniano” e por “não se lembrar da letra do hino da Federação Russa”.

Entre os inúmeros crimes citados no documento, um que tem gerado intenso debate atualmente é a transferência forçada de crianças ucranianas para a Rússia. Tais ações russas geraram inclusive um mandado de prisão expedido contra o presidente Vladimir Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

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