O ex-ministro da Defesa de Taiwan, Feng Shih-kuan, expressou preocupação de que a aceitação de armas gratuitas de Washington resultará em um preço a ser pago pela ilha. Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, confirmou que o Pentágono fornecerá “assistência adicional de segurança” à ilha sem custo, em meio às crescentes tensões com a China. As informações são do jornal South China Morning Post.
“Se de repente você receber essa ajuda gratuita, precisará pagar um preço impensável”, disse Feng a repórteres na quinta-feira (18), quando solicitado a comentar o plano.
Feng, atual diretor do Conselho de Assuntos de Veteranos de Taiwan, optou por não revelar explicitamente qual seria o preço a ser pago. Quando questionado se estava se referindo à possibilidade de guerra, ele respondeu que não acredita que seriam tão imprudentes e que há sempre opções a serem consideradas. No entanto, não forneceu mais detalhes sobre o assunto.
Beijing emitiu um alerta aos Estados Unidos e a outros países para que não forneçam assistência militar ou realizem intercâmbios com Taiwan, considerando tais ações como uma violação de sua soberania. Embora a maioria dos países, incluindo os EUA, não reconheça a “província rebelde” como um estado independente, eles se opõem a qualquer alteração forçada no status quo e são legalmente obrigados a ajudar a ilha semiautônoma a se defender.
No começo deste mês, a Casa Branca anunciou que enviaria US$ 500 milhões em ajuda militar gratuita para Taiwan, após atrasos nas entregas de armas americanas, incluindo mísseis Stinger e caças F-16V. De acordo com a deputada republicana Young Kim, o valor total dos itens que Taiwan aguarda já chega a US$ 21 bilhões.
Na terça-feira (16), Austin, informou ao Congresso que em breve fornecerá determinadas armas gratuitamente a Taiwan, utilizando o mesmo programa de ajuda de emergência usado para auxiliar a Ucrânia.
O Congresso autorizou até US$ 1 bilhão em assistência militar para Taiwan no orçamento de 2023. A Lei de Autorização de Defesa Nacional também exige o aumento de intercâmbios militares e assistência à ilha.
“Estou satisfeito com o fato de os Estados Unidos fornecerem em breve assistência de segurança adicional significativa a Taiwan por meio da autoridade de retirada presidencial que o Congresso autorizou no ano passado”, disse Austin.
Na segunda-feira passada, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, revelou que Washington estava em conversas com a ilha há vários meses, discutindo o tipo de armas gratuitas que seriam fornecidas.
“Essas armas extras nos serão dadas gratuitamente e não serão deduzidas da lista de compras que foi adiada pelos EUA”, disse Chiu, acrescentando que incluiriam mísseis e alguns serviços logísticos para ajudar a treinar soldados em como usar as armas.
De acordo com uma fonte militar em Taiwan, o pacote de armas gratuitas incluiria mísseis antiaéreos portáteis Stinger, mísseis antitanque TOW 2B Aero e novos mísseis antiblindados de médio alcance Javelin.
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