Na segunda-feira (15), o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou que a posição “não-alinhada” de seu país não privilegia a Rússia em relação a outras nações e não cederá à pressão para abandonar tal postura. O líder sul-africano foi acusado pelos EUA de fornecer armas ao Kremlin e de “mentir” pela oposição. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
Em seu boletim semanal, Ramaphosa afirmou que, diante do conflito entre Rússia e Ucrânia, houve uma intensa pressão sobre seu país para que tomasse partido nessa disputa, que, na realidade, é um embate entre a Moscou e o Ocidente.
O líder sul-africano mencionou que há outros países na África e em diferentes regiões enfrentando uma pressão similar.
No início deste ano, Pretória fortaleceu suas relações militares com a Rússia e se propôs a mediar o conflito na Ucrânia.
No entanto, o embaixador dos EUA na África do Sul, Reuben Brigety, acusou o presidente Ramaphosa na semana passada de fornecer armas ao exército russo, apesar do país afirmar ser neutro.
Brigety revelou que o navio de carga russo, denominado Lady R, chegou à base naval de Simon’s Town, nas proximidades da Cidade do Cabo, entre os dias 6 e 8 de dezembro de 2022. Durante sua partida de volta à Rússia, o navio estava carregado de armas e munições, conforme afirmou o embaixador. Ramaphosa disse que iniciou uma investigação independente, a ser liderada por um juiz aposentado.
Já a Aliança Democrática, partido de oposição ao Congresso Nacional Africano (ANC), que está no poder desde o fim do apartheid, sustenta que Ramaphosa “mentiu” para sua nação e para o resto do mundo sobre seu envolvimento no conflito.
“O mais preocupante é que sinaliza que, sob o ANC, a África do Sul regrediu a uma nação que abandonou os princípios de liberdade, justiça e igualdade”, disse em comunicado o líder da Aliança Democrática, John Steenhuisen.
Enquanto isso, o líder da África do Sul expressou a posição do seu país em relação ao conflito em curso, enfatizando que a comunidade internacional deve colaborar de forma conjunta para alcançar, de maneira urgente, um cessar das hostilidades, visando evitar mais perdas de vidas e o deslocamento de civis na Ucrânia.
“O país precisa apoiar um diálogo significativo para uma paz duradoura que garanta a segurança e a estabilidade de todas as nações”, escreveu ele no comunicado oficial.
Ramaphosa afirmou que o conflito entre Rússia e Ucrânia, juntamente com as tensões subjacentes, não podem ser resolvidos por meio militar, mas sim requerem uma solução política.
“A África do Sul acredita que este conflito deve ser resolvido por meio do diálogo”, disse ele, acrescentando que seu país está determinado em palavras e ações a manter sua posição na resolução pacífica do conflito.
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