O governo norte-americano anunciou na segunda-feira (1º) a morte de Ayman al-Zawahiri, antigo braço- direito de Osama Bin Laden e até então líder da Al-Qaeda. Ele morreu em um ataque de drone em Cabul, no Afeganistão, onde teria recebido abrigo com a conivência do Taleban.
De acordo com o jornal The Washington Post, a operação que levou à morte do líder terrorista foi conduzida pela CIA (Agência Central de Inteligência, da sigla em inglês) no final de semana.
A informação foi divulgada inicialmente por autoridades norte-americanas, que falaram sob condição de anonimato, e mais tarde confirmada pelo presidente Joe Biden, que citou um “ataque de precisão” para eliminar al-Zawahiri.
Nascido em uma proeminente família egípcia, Ayman al-Zawahiri criou a Jihad Islâmica Egípcia nos anos 1970 e mais tarde a fundiu com a Al-Qaeda. Médico pessoal de Osama bin Laden e conselheiro do famoso terrorista até 2011, viva cercado de mistério.
Tendo os EUA como seu inimigo central, pregava que destruí-los era essencial para posteriormente derrubar os governos árabes pró-Ocidente com vistas ao objetivo maior, que seria unir todos os muçulmanos em um califado global.
“Matar americanos e seus aliados, civis e militares, é um dever individual de cada muçulmano que pode fazê-lo em todos os países em que é possível fazê-lo”, escreveu o terrorista em um manifesto de 1998, três anos antes dos ataques de 11 de setembro que ele teria ajudado a coordenar.
Embora a morte de al-Zawahiri seja um duro golpe, o enfraquecimento da organização extremista é anterior a ela. “Ele não é a figura carismática de que a Al-Qaeda precisa”, disse em setembro passado Bruce Riedel, ex-especialista em contraterrorismo da CIA e conselheiro de quatro presidentes dos EUA. “E não vejo mais ninguém no horizonte que seria”.
As muitas mortes de al-Zawahiri
Com sérios problemas de saúde, o terrorista foi alvo de diversas especulações quanto a estar vivo ou morto nos últimos anos. Em 2020, boatos sobre a morte dele circularam na internet, mas a informação não foi confirmada pela Al-Qaeda. Em 2021, diversos indícios apontaram no sentido oposto, dando a entender que o extremista ainda estivesse vivo, embora não fosse possível afirmar isso categoricamente.
Em novembro do ano passado, um vídeo publicado pelo canal de mídia oficial da Al-Qaeda reforçou os indícios de que o principal líder da organização não morreu. Na gravação, al-Zawahiri criticava a ONU (Organização das Nações Unidas) pelo tratamento dispensado aos muçulmanos e às nações islâmicas.
Relatório do Conselho de Segurança da ONU, publicado em fevereiro de 2022, reforçava a ideia de que ele estivesse vivo ao menos até em janeiro de 2021. Mas fazia um adendo: “Es Estados-Membros continuam a acreditar que está com problemas de saúde”.
Pouco depois, imagens do terrorista comentando um episódio ocorrido na Índia no início deste ano descartaram definitivamente a hipótese de que tenha morrido antes disso. A mais recente informação sobre al-Zawahiri constava de um relatório da ONU publicado em julho deste ano, afirmando que ele estava “vivo e se comunica livremente”.
O mesmo relatório destacava a proximidade entre a Al-Qaeda e o Taleban, o que tornou o Afeganistão um porto seguro para terroristas do grupo, entre eles o próprio al-Zawahiri. Curiosamente, essa relação cordial reduzia a ameaça global terrorista representada pela organização jihadista.
“A Al-Qaeda não é vista como uma ameaça internacional imediata a partir de seu porto seguro no Afeganistão porque carece de capacidade operacional externa e atualmente não deseja causar dificuldade ou constrangimento internacional ao Taleban”, diz o documento da ONU.
O Departamento de Estado dos EUA oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões por informações sobre al-Zawahiri, acusado de planejar o atentado contra o contratorpedeiro USS Cole, da marinha dos EUA, no Iêmen, que matou 17 marinheiros em outubro de 2000. Foi acusado também de coordenar os atentados a bomba nas embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, que mataram 224 pessoas em 1998, além da participação como teórico dos ataques de 11 de setembro.
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