A Somália anunciou nesta quinta (6) que restaurou as relações diplomáticas com o Quênia após cerca de seis meses de rompimento, confirmou a Reuters. Mogadíscio acusou o país vizinho de se “intrometer” na política interna.
A tensão começou em 2019, após uma disputa pela propriedade de áreas com potenciais depósitos de petróleo e gás na costa de Jubbaland, um dos cinco estados semi-autônomos e reduto da oposição da Somália.
Em novembro, o governo somali expulsou o embaixador do Quênia no país e retirou o seu representante de Nairóbi após acusar o vizinho de interferir no processo eleitoral local. As duas nações ainda disputam uma fronteira marítima no Tribunal Penal Internacional.
“As relações foram restauradas”, disse o vice-ministro da Informação somali, Abdirahman Yusuf, em coletiva de imprensa na capital Mogadíscio. Segundo ele, o Catar ajudou nas negociações.
Em nota, o ministério das Relações Exteriores do Quênia afirmou que o país espera uma “maior normalização” das relações pelas autoridades somalis. Ele citou áreas como comércio, comunicação, transporte e, também, “relações interpessoais e intercâmbios culturais”.
Conforme o chanceler catari, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, os presidentes africanos concordaram em trabalhar para fortalecer as relações bilaterais “de volta aos trilhos”. As tratativas ainda envolvem pressões pela realização de eleições na Somália.
No dia 29, o presidente Mohamed Farmajo convocou votação após um motim contra o governo. O pleito deveria acontecer em fevereiro, mas foi adiado após disputas entre o governo e os estados de Puntland e Jubbaland.
A eleição seria a primeira direta desde o início da guerra civil, em 1991. O conflito se intensificou quando o Parlamento somali concordou que Farmajo prorrogasse seu mandato em mais dois anos.
EUA quer ampliar diplomacia no Chifre da África
O Catar, conhecido por sua mediação diplomática em diversos países do mundo, pode enfrentar concorrência dos EUA no Chifre da África. Em março, o presidente Joe Biden sinalizou que busca por uma “pessoa experiente” para lidar com as crises da região.
Como adiantou a revista “Foreign Policy”, Washington quer inaugurar uma nova posição no governo e iniciar uma campanha diplomática para solucionar as crises que se desenrolam na África Oriental – em especial na Etiópia.
Apesar de o primeiro-ministro Abiy Ahmed aparentemente ter cedido em questões como a permanência das tropas da Eritreia em Tigré, em abril, o conflito continua em meio a denúncias de atrocidades e crimes de guerra contra comunidades étnicas.
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