O ex-presidente linha-dura do Irã Mahmoud Ahmadinejad registrou sua candidatura para concorrer ao terceiro mandato, confirmou a RFE (Radio Free Europe), nesta quarta (12). O pleito está agendado para 18 de junho.
A emissora estatal registrou o momento em que Ahmadinejad vai até o ministério do Interior preencher os formulários, acompanhado de simpatizantes. A oficialização marca a retomada do político ultraconservador de 64 anos impedido de concorrer nas eleições de 2017.
Sua presença no pleito pode dificultar a tentativa do Teerã em apelar a Joe Biden para acabar com as sanções impostas pelo Ocidente após 2018, quando Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear com o Irã, assinado três anos antes.
Durante seu mandato, entre 2005 e 2013, Ahmadinejad acelerou as disputas do Irã com os países ocidentais para manter o programa nuclear do país. Em 2009, sua disputada reeleição gerou os maiores protestos já vistos no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
Em 2017, o ex-presidente foi proibido de concorrer à reeleição pelo líder supremo aiatolá Ali Khamenei. O político que nega o Holocausto, porém, se registrou mesmo assim e acabou desqualificado. Desta vez, o pleito deve ser um teste de legitimidade aos governantes clericais do Irã.
A elite política enfrenta um crescente descontentamento com o aumento dos preços ao consumidor e alto desemprego no país, acentuado desde o início da pandemia. As sanções econômicas dos EUA aprofundam a recessão enquanto Teerã intensifica suas violações ao acordo nuclear.
A ala linha-dura assumiu o controle do parlamento em 2020 após uma eleição com apenas 42,5% de comparecimento popular – o menor desde 1979, quando o regime clerical subiu ao poder.
Rito eleitoral
Candidatos à presidência do Irã poderão se candidatar até sábado (15). Em seguida, o Conselho de Guardiões tem cinco dias para avaliar as candidaturas e qualificar, ou não, os concorrentes. O órgão constitucional de vigilância desqualificou diversos candidatos nas eleições parlamentares de 2020 – a maioria moderados.
A relação com os candidatos aprovados deve ser divulgada até 27 de maio, quando restarão 20 dias para a votação. Como chegou à segunda reeleição consecutiva, o atual presidente Hassan Rohani está impedido de concorrer.
A pouco mais de um mês para o pleito, ainda não há nenhum favorito entre os supostos candidatos. Fontes da Reuters no Irã, porém, veem os políticos linha-dura como possíveis vencedores.
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