O regulador de mídia da Rússia anunciou na segunda (5) que não proibirá o uso do Twitter no país, mas continuará a desacelerar a velocidade de acesso da rede social até maio. Segundo informações da RFE (Radio Free Europe), a medida vem na esteira de uma disputa sobre o conteúdo veiculado na plataforma.
Moscou defende que as chamadas para protestos políticos devem ser proibidos pela rede social norte-americana. Críticos ao Kremlin usaram o Twitter e YouTube para contornar a mídia estatal e divulgar mensagens antigoverno.
As manifestações ocorreram logo após a prisão do político opositor Alexei Navalny, em janeiro. Ele foi detido ao retornar à Rússia da Alemanha, onde passou meses de recuperação após uma tentativa de envenenamento.
O regulador estatal começou a reduzir o tráfego ainda em março, depois que a rede se recusou a remover conteúdos sobre os protestos. O órgão afirmou que não proibirá o acesso, mas alegou que a plataforma retirou 1,9 mil dos 3,1 mil posts com conteúdo censurado. O Twitter não confirmou a exclusão desses materiais.
Um tribunal russo cobrou uma multa de US$ 120 mil da rede pelas mensagens nas manifestações. O governo do presidente Vladimir Putin também iniciou uma campanha onde acusa suposto fracasso do Twitter na remoção de conteúdos de “pornografia infantil, incentivo ao uso de drogas e suicídio”.
A plataforma disse ter uma política de tolerância zero sobre tweets com teor violento ou criminoso. O governo russo reforça o controle da internet e mídias sociais desde os protestos antigovernamentais de 2012.
Putin pode seguir no poder até 2036
Além do cerco à mídia, Moscou agora garante ao presidente Vladimir Putin o direito de concorrer a mais dois mandatos consecutivos. Um referendo aprovou a emenda constitucional no ano passado e Putin assinou a lei na segunda (5), disse a rede alemã Deutsche Welle.
Na prática, o presidente russo pode permanecer no poder até 2036, quando o chefe de Estado terá 83 anos. Na lei anterior, Putin, no poder há mais de duas décadas, teria de renunciar após o fim de seu mandato, em 2024.
Forças da oposição acusam o presidente de abuso de poder com as emendas na Constituição russa. Se permanecer até 2036, o mandato de Putin ultrapassaria o de Josef Stalin – e o atual mandatário se tornaria o líder mais longevo no poder desde Pedro, o Grande, que comandou o país por 42 anos, entre 1682 a 1721.
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