O novo grupo jihadista Ansar Abu Bakr Al-Siddiq reivindicou o ataque a um comboio de militares turcos ao sul de Idlib, na Síria, nesta quinta-feira (8). Não há confirmação de mortos.
Em comunicado veiculado pelo jornalista britânico Aymenn Jawad Al-Tamimi, o grupo afirma que o ataque é uma vingança pela “degradação das mulheres muçulmanas em Afrin pelas forças turcas”. A área está sob o controle da Turquia desde 2018, quando uma operação destituiu o controle curdo que dominava a região.
Em três meses, as forças de Ancara forçaram o deslocamento dos cerca de 200 mil curdos que residiam no local e instauraram um governo gerenciado por uma coalizão de grupos islâmicos sunitas árabes sírios, com investimentos da Turquia.
Denúncias recentes, porém, apontam graves violações e agressões às mulheres curdas que permaneceram no local. Os abusos incluem estupro, tráfico, tortura e assassinato, aponta um relatório da organização não-governamental Acaps, lançado em 3 de março.
O grupo Al-Siddiq surgiu em agosto de 2020 e já incluiu as forças turcas em sua agenda de ataques. Analistas apostam que o apoio de Ancara aos rebeldes do HTS (Hayat Tahrir al-Sham), grupo islâmico dominante em Idlib, pode ser um dos motivos.
Além da oposição aberta à Turquia e ao HTS, o Al-Siddiq também se opõe ao aumento das forças turcas em Idlib após acordo com a Rússia, no último dia 18. Os países financiadores do conflito, junto do Irã, concordaram em estender um cessar-fogo. Moscou apoia o governo de Bashar Al-Assad.
Membro do PKK morto na Turquia
As forças turcas disseram ter matado um membro do PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) de alta periculosidade nesta quinta (8). O terrorista foi encontrado na área de Domuz, ao sudeste da Turquia, disse o jornal turco pró-Ancara “Daily Sabah”.
O criminoso foi identificado como Ozgur Gabar e ocupava a primeira posição entre os mais procurados da Turquia. Pelo menos dez terroristas foram mortos desde quarta-feira em uma operação de contraterrorismo na região.
Ancara classifica o PKK como uma grande ameaça à segurança nacional. Além da Turquia, o grupo está na lista de terrorismo dos EUA e da UE (União Europeia).
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