O governo dos EUA anunciou na quarta (7) que vai reiniciar o financiamento para a UNRWA (Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos). O auxílio, cortado pelo ex-presidente Donald Trump, deve chegar a US$ 235 milhões.
O secretário de Estado Anthony Blinken detalhou o pacote, que inclui US$ 150 milhões para ajuda humanitária e o restante em auxílios econômicos e de desenvolvimento, conforme informações da Reuters. A medida parte do esforço de reparar os laços com a Autoridade Palestina – quase totalmente encerrados após 2018.
Funcionários de Biden também apontaram que Washington buscará restabelecer as negociações paela solução de dois Estados. Um acordo de paz no conflito entre Israel e Palestina deve ressurgir como uma das prioridades da política externa dos EUA.
O processo, porém, está previsto para iniciar a partir das eleições palestinas, entre maio e julho – o primeiro pleito desde 2006. Até lá, Washington consulta o Congresso sobre possíveis obstáculos legais para a retomada das tratativas.
Doações bloqueadas desde 2018
Trump bloqueou quase toda a ajuda à agência após romper os laços com a Autoridade Palestina e deixar clara a sua preferência por Israel. À época, analistas apontaram a medida dos EUA como uma tentativa de forçar os palestinos a negociar com Tel Aviv – saída rejeitada pelas lideranças de Ramallah.
A UNRWA fornece ajuda a cerca de 5,7 milhões de refugiados palestinos na Cisjordânia ocupada, na Faixa de Gaza e por todo o Oriente Médio. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel e aliado de Trump, já havia pedido o desmantelamento da agência.
Na Palestina, o presidente Mahmoud Abbas saudou a decisão de Biden, enquanto o primeiro-ministro Mohammed Shtayye pediu que Washington lidere um “novo caminho político” na região. O embaixador de Israel nos EUA, Gilad Erdan, por outro lado, afirmou que a renovação incita “atividades antissemitas” na região.
A maioria dos refugiados assistidos pela UNRWA descendem dos cerca de 700 mil palestinos expulsos de suas casas na guerra de 1948, que levou à criação de Israel. Em 2017, os EUA disponibilizaram US$ 365 milhões à agência.
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