Material publicado originalmente na agência de notícias da ONU (Organização das Nações Unidas)
A Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) informou que mais de 56 mil pessoas na Etiópia deram entrada no país vizinho, Sudão, para fugir da violência na província de Tigré.
Apenas nos primeiros dias deste ano, cerca de 800 pessoas cruzaram a fronteira para escapar dos combates entre tropas regionais de Tigré e forças nacionais da Etiópia.
Os refugiados contam que estão escapando do conflito e grupos armados. No caminho, enfrentam perigos. Suas casas estão sendo saqueadas, meninos são recrutados para lutar forçadamente e muitas mulheres e meninas são vítimas de violência sexual.
Muitos passam dias no trajeto para o Sudão, cansados, e somente com a roupa do corpo. Estima-se que mais de 30% dos refugiados sejam menores de 18 anos e 5% têm mais de 60.
O Acnur e a Comissão para Refugiados do Sudão estão realocando os refugiados para assentamentos no interior de Gedaref.
Fronteira aberta
O campo de Um Rakuba está quase lotado, por isso a agência e parceiros tentam levar os etíopes para um segundo assentamento, Tunaydbah, recém-inaugurado, para manter os refugiados seguros e em melhores condições.
Ali, existem mil barracas, com capacidade para 5 mil pessoas, e mais tendas estão sendo armadas. O novo local está localizado a 136 km da cidade de Gedaref e recebeu 580 refugiados nos últimos dois dias.
O Acnur e seus parceiros estão ampliando a resposta. Atualmente, mais de 20 agências humanitárias estão no terreno em Um Rakuba e outras seis estão em Tunaydbah.
“Mais uma vez, o governo do Sudão está generosamente mantendo sua fronteira aberta para refugiados etíopes, mas é necessário apoio adicional para complementar a resposta das autoridades”, disse a Acnur.
Água e saneamento
O Acnur destaca a necessidade de melhores condições de água e saneamento, bem como medidas de prevenção da Covid-19, incluindo instalações de isolamento. Com mais financiamento será possível melhorar os abrigos antes da estação chuvosa, que começa em maio.
No final de 2020, doadores prometeram US$ 40 milhões para a resposta regional à emergência na região de Tigré. Esse valor cobre apenas 37% das necessidades para atuar no Sudão, Etiópia e Djibuti.
Já o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, disse que o acesso humanitário a algumas áreas de Tigré melhorou ligeiramente, mas continua difícil devido a insegurança e restrições burocráticas.
Missões conjuntas de avaliação foram concluídas no sudeste e oeste de região, encontrando uma situação humanitária terrível, com acesso precário a serviços e meios de subsistência. São necessários abrigos, alimentos, itens não alimentares, água, saneamento, higiene, prestação de serviços de saúde e proteção.
Os hospitais nas cidades estão funcionando parcialmente, sem estoque de suprimentos e ausência de profissionais de saúde. Os centros fora das grandes cidades não funcionam.
Estima-se que mais de 222 mil etíopes tenham sido deslocadas internamente devido ao conflito, que começou em novembro. Antes disso, 100 mil pessoas já tinham sido forçadas a abandonar suas casas.
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