O grupo de gás Gazprom, controlado pela Rússia, reiniciará a obra do mega gasoduto Nord Stream 2 até a Alemanha, confirmaram autoridades ao “Financial Times” no domingo (10). A estrutura tem 1.230 quilômetros.
A construção deve ser reiniciada na sexta-feira (15). O primeiro passo será a instalação de tubos em uma seção do Mar Báltico administrado pela Dinamarca.
A obra ficou parada por mais de um ano após sanções dos EUA. Com o apoio da Polônia e outros países ao leste europeu, Washington busca paralisar o projeto e promove as exportações de seu próprio gás para a Europa.
As nações afirmam que o gasoduto é um projeto para aumentar a dependência da UE (União Europeia) aos hidrocarbonetos de Moscou, além inviabilizar os gasodutos que já existem na Ucrânia.
Já a Rússia e Alemanha defendem a iniciativa como “puramente comercial” para o atendimento à crescente demanda por gás no continente. No centro das discussões há anos, o mega gasoduto deve custar 9,5 bilhões de euros – o equivalente a R$ 63 bilhões.
Conclusão prevista até maio
Sem o atraso de um ano, a obra já estava 94% concluída quando foi paralisada, em dezembro de 2019.
Com as sanções norte-americanas e o impasse entre Berlim e Moscou após o caso de envenenamento de Alexei Navalny, em agosto, a nova previsão de conclusão ficou para maio.
Apesar de ser propriedade da Gazprom, outras cinco empresas europeias investiram metade dos recursos para o oleoduto – Shell, Uniper, OMV, Wintershall e Engie.
O mega gasoduto integra a estrutura do Nord Stream 1, em operação desde 2011. A estrutura corresponde a 40% do gás natural consumido pelos alemães.
Com a conclusão da obra, o Nord Stream 2 adicionará mais 55 bilhões de metros cúbicos de suprimento de gás por ano, ou cerca de 11% do consumo total anual da UE – em 2019, os 27 países do bloco usaram 469 bilhões de metros cúbicos.
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