Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas
Uma agência da ONU se uniu a parceiros internacionais para utilizar tecnologia de ponta no combate à praga de gafanhotos do deserto na África.
No ano passado, nuvens do inseto se espalharam pelo leste do continente, pelo Iêmen e também pelo sudoeste da Ásia concentrando até 80 milhões de insetos num espaço de um quilômetro quadrado.
Para os agricultores e pequenos produtores da área, os gafanhotos são uma terrível ameaça. Eles podem viajar até 150 km em apenas um dia devorando todas as plantações pelo caminho.
Os riscos à agricultura e à segurança alimentar são imensos. Por isso, a FAO, parceiros e doadores produziram uma série de ferramentas de alta tecnologia para detectar as nuvens de gafanhotos, realizar a vigilância e ajudar os países afetados pela praga.
De início, a agência usa dados da previsão do tempo que são enviados para o Serviço de Informação sobre Gafanhoto do Deserto da FAO. Assim as autoridades nacionais têm como mapear o movimento dos insetos e permanecer um passo à frente das nuvens de gafanhotos.
Emergência
Os dados estão disponíveis num tablet, facilmente transportado, e presente em 20 países participantes. A última emergência elevou a demanda e não houve tempo hábil para treinar agricultores e pastores.
Até janeiro do ano passado, nuvens de gafanhotos do tamanho de cidade de Paris ou Nova York estavam atravessando a África, uma região já impactada pela pobreza e pela insegurança alimentar.
Com a situação se agravando a cada dia, pesquisadores da Universidade da Pennsylvania, nos Estados Unidos, que fornecem tecnologia para os agricultores e já haviam criado um aplicativo para a FAO, partiram para a ação. Eles decidiram utilizar uma tecnologia já testada na África e adaptá-la contra a praga.
Em menos de um mês, o grupo desenvolveu um aplicativo de telefones celulares para coletar os dados sobre as nuvens.
Satélite
Mas nem todos os trabalhadores do campo africanos têm celular e muitas áreas do leste do continente estão fora da cobertura. Com isso, a FAO fez uma parceria com a Garmin, empresa de GPS, para modificar um satélite de dados que pudesse ultrapassar os obstáculos da falta de conectividade, assim foi criado o PlantVillage.
Agora, a FAO recebe 2,5 mil dados por dia. Deste total, um quarto não pode ser aproveitado por conter incorreções. Com a tecnologia, os trabalhadores ficam informados sobre os ataques dos gafanhotos do deserto.
Um programa parecido que ajuda o Quênia a conservar a vida selvagem, por sugestão de guardas florestais, Earth Ranger, está sendo usado para monitorar a viagem das nuvens de gafanhotos.
Nasa
A agência da ONU também coopera com especialistas em meteorologia e geógrafos do Reino Unido, da Agência Espacial Europeia e da Nasa, a Agência Espacial Americana.
Com essas operações, a invasão dos insetos está sendo reduzida na Etiópia, no Quênia e na Somália. E no leste da África, evitou-se a perda de 4 milhões de toneladas e cereais além de 800 milhões de litros de leite.
O total de pessoas que evitaram cair na insegurança alimentar é de 36,6 milhões.
Mesmo assim, a luta contra a praga de gafanhotos do deserto está longe de terminar.
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