A ministra da Marinha da França, Annick Girardin, enviou duas embarcações de patrulha à ilha de Jersey, no Canal da Mancha, nesta quinta (6) apenas dois dias após ameaçar cortar a eletricidade da localidade como uma retaliação ao Reino Unido. “Lamento que tenha chegado a esse ponto, mas faremos isso se for necessário”, disse ao Parlamento, em registro da BBC.
Jersey é a maior das Ilhas do Canal, que separa os dois países, e, apesar de ser um território autônomo britânico, recebe 95% de sua eletricidade da França. O conflito começou quando pescadores franceses foram impedidos de operar no lado do Reino Unido.
Segundo os franceses, Londres dificulta a emissão de licenças após o acordo comercial do Brexit com a UE (União Europeia). Para obter o aval, os profissionais franceses precisam comprovar que já operavam no local antes de janeiro, quando o Reino Unido finalmente deixou o bloco europeu.
Jersey, que tem o poder exclusivo de emitir as licenças obrigatórias, teria concedido 41 autorizações a navios franceses com georreferenciadores na última sexta (30). Paris, porém, alega que a lista de embarcações aprovadas apresenta outras exigências não discutidas previamente.
As novas regras ditam para onde os navios podem e não poder circular, além de estipular um número de dias que os pescadores podem passar na área. “É inaceitável”, disse Girardin. “Se aceitarmos isso em Jersey, nosso acesso estará em risco em todos os lugares”.
A definição deve acelerar a disputa depois que pescadores franceses bloquearam o descarregamento de caminhões em Boulogne-sur-Mer, o maior centro de processamento de frutos do mar da Europa, na sexta-feira.
Tensão escala
Informações veiculadas pela Reuters apontam que os pescadores levantaram barricadas depois que os regulares da UE aprovaram o repasse de 100 milhões de euros – o equivalente a R$ 647 milhões – em ajuda para a indústria pesqueira do país. “Você quer suas águas? Então fique com seus peixes!”, diziam cartazes.
O apoio da UE deve compensar os pescadores cujos barcos ficaram ociosos ou foram impedidos de acessar as águas do Reino Unido. Empresas de processamento de frutos do mar inativas por conta da burocracia também devem receber o auxílio.
O Reino Unido também não conseguiu alcançar um acordo de pesca com a Noruega. “Estamos certos de que Jersey é responsável por suas próprias águas territoriais”, respondeu o Departamento de Alimentos britânico.
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