Um debate sobre como rotular o tratamento dado pela China à minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang, no oeste do país, pressiona o governo recém-estabelecido de Mario Draghi na Itália. O primeiro-ministro se opõe à designação de “genocídio”, usada pelos EUA, enquanto legisladores defendem essa classificação.
A discussão partiu de uma resolução apresentada pela Liga, partido de extrema direita liderado por Matteo Salvini. A sigla pede que Roma também faça pressão internacional contra Beijing a por conta dos supostos abusos à população da província chinesa. Outros partidos que compõem o governo preferem evitar um confronto diplomático.
O comitê de relações exteriores do Parlamento italiano deve votar a resolução que condena as violações em Xinjiang e as designa como “genocídio” na próxima quarta (14), registrou o portal Politico.
Até agora, o Parlamento da Holanda é o único europeu a adotar a designação. Como EUA e Canadá, o país condena as denúncias de abusos como trabalho e esterilização forçados, maus tratos e detenções arbitrárias por parte do governo chinês.
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Itália e China
Draghi ainda dá os primeiros passos na definição de suas políticas sobre a China. O político assumiu a liderança do país em fevereiro, após a renúncia de Giuseppe Conte, impulsionada por Salvini. A Itália já enfrentou críticas por ser o primeiro membro do G-7 a integrar a iniciativa chinesa do Cinturão da Rota da Seda, de massivos investimentos em tecnologia e infraestrutura, ainda em 2019.
Ainda assim, Draghi não está totalmente rendido à China. O ex-presidente do BCE (Banco Central Europeu) já usou a ferramenta de seleção e triagem de investimentos estrangeiros do governo contra uma empresa chinesa e indicou que “não será a última vez”.
Para não desagradar a Liga, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, propôs que a resolução substituísse a referência a “uma política genocida” por “violações aos direitos humanos”, disseram funcionários do governo.
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