O movimento brasileiro Democracia Sem Fronteiras (DSF) realizou um novo protesto em Brasília, no último sábado (4). O grupo fez projeções em prédios de Brasília contra o governo da China, tendo como principal foco os 33 anos do massacre na Praça da Paz Celestial, também conhecida como Praça Tiananmen.
Em 4 de junho de 1989, centenas de milhares de estudantes e trabalhadores haviam se reunido para lamentar a morte do secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), Hu Yaobang. Porém, a marcha pacífica logo se transformou em um movimento por maior transparência, reformas e democracia na China.
O exército foi mobilizado para dispersar a multidão e agiu com armas de fogo e tanques de guerra, por considerar a manifestação popular uma ameaça ao poder do PCC. Números oficiais de mortos e feridos nunca foram divulgados, vez que o governo chinês tornou o assunto proibido no país. Porém, números levantados pelo governo britânico e reproduzidos pela BBC apontam dez mil vítimas fatais.
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“Passados 33 anos, assistimos às mesmas repressões por parte do governo chinês”, diz um manifesto divulgado pelo DSF depois do protesto. “A forma como o governou lidou com a população do país na pandemia foi duramente criticada, principalmente mais recentemente por conta do lockdown em Xangai e Beijing”, prossegue o texto, levantando um tema que motivou outro protesto recentemente.
No sábado (4), mais uma vez, marcou presença no protesto o Ursinho Pooh, uma forma de ironizar o presidente Xi Jinping, cuja semelhança física com o personagem da Disney virou motivo de piada no país asiático. Desde que a comparação surgiu na China, a imagem do urso tem sido censurada por Beijing.
Para relembrar o massacre, o grupo fez projeções com a frase “Tiananmen, não esqueceremos!” em pontos estratégicos da capital federal, como a Catedral Metropolitana de Brasília. “Vários locais no mundo fizeram manifestações chamando a atenção, pois esse massacre não acabou na China até hoje. No Brasil, fizemos a nossa parte”, disse o grupo.
Outras projeções feitas pelo DSF pediam #LiberdadeReligiosa, referência à repressão à fé em curso na China. Já a frase “Liberdade aos Uigures” remete à repressão estatal na região de Xinjiang, onde a minoria étnica uigur é vítima de perseguição, com denúncias de trabalho forçado imposto a eles. alguns países classificam as ações de Beijing como genocídio.
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