A explosão de uma bomba em uma rodovia no nordeste do Quênia, perto da fronteira com a Somália, na segunda-feira (31), matou ao menos 13 pessoas que viajam em um micro-ônibus. Uma pessoa foi presa por suposta ligação com o atentado, de acordo com a rede Voice of America (VOA).
De acordo com as autoridades locais, o micro-ônibus tinha 14 assentos e se dirigia à cidade queniana de Mandera quando atingiu um IED (dispositivo explosivo improvisado, da sigla em inglês) posicionado na rodovia. Testemunhas ouvidas por emissoras locais dizem ter ouvido tiros logo depois da explosão.
Nenhum grupo assumiu imediatamente a autoria do ataque. Porém, o Al-Shabaab, grupo extremista ligado à Al-Qaeda e sediado na Somália, tem cruzado a fronteira para realizar ataques no país vizinho. Os alvos são geralmente veículos de transporte público e membros das foças de segurança locais.
Em 2015, o Al-Shabaab atacou um comboio na mesma rodovia do atentado desta segunda. Na ocasião, os veículos transportavam o governador de Mandera, Ali Roba, e sua comitiva. Aquela ação matou três pessoas, incluindo dois policiais.
Por que isso importa?
O Al-Shabbab chegou a controlar a capital Mogadíscio até 2011, quando foi expulso de lá pelas forças da União Africana. Atualmente, controla territórios nas áreas rurais da Somália e luta para derrubar o governo nacional.
O grupo concentra seus ataques no sul e no centro do país. As atividades envolvem ataques a órgãos e oficiais do governo e a entidades de ajuda humanitária, além de extorsão contra a população local e proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.
Dados apontam que os extremistas estiveram em mais de 400 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.
O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um porto seguro para extremistas. Em dezembro de 2013, levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.
Mais recentemente, em dezembro de 2021, três cidadãos estrangeiros que vivem no Brasil foram adicionados à lista de sanções do Tesouro Norte-americano. Eles são acusados de contribuir para o financiamento da Al-Qaeda, tendo inclusive mantido contato com figuras importantes do grupo terrorista.
Para o tenente-coronel do Exército Brasileiro André Soares, ex-agente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o anúncio do Tesouro causa “preocupação enorme”, vez que confirma a presença do país no mapa das organizações terroristas islâmicas.
“A possibilidade de atentados terroristas em solo brasileiro, perpetrados não apenas por grupos extremistas islâmicos, mas também pelo terrorismo internacional, é real”, diz Soares, mestre em operações militares e autor do livro “Ex-Agente Abre a Caixa-Preta da Abin” (editora Escrituras). “O Estado e a sociedade brasileira estão completamente vulneráveis a atentados terroristas internacionais e inclusive domésticos, exatamente em razão da total disfuncionalidade e do colapso da atual estrutura de Inteligência de Estado vigente no país”. Saiba mais.
O post Bomba mata ao menos 13 pessoas em rodovia do Quênia, perto da fronteira com a Somália apareceu primeiro em A Referência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, evite comentários depreciativos e ofensivos