O resultado final das eleições do Equador, neste domingo (11), contrariaram as expectativas e elevaram o empresário Guillermo Lasso ao posto de presidente. O milionário de 65 anos conquistou 52,5% dos votos contra 47,5% de seu rival, Andres Arauz, após quase perder em primeiro turno.
Até o pleito, a maioria das pesquisas de opinião sugeriam a vitória de Arauz. Analistas apontaram ao jornal britânico “Financial Times” que a mudança na imagem de Lasso pode ter sido a principal razão da guinada ao seu favor.
Banqueiro conservador e membro da instituição católica Opus Dei, Lasso construiu sua campanha sob a ideia da “inclusão” e buscou alcançar setores da sociedade que normalmente não iriam ao seu fator, como a comunidade LGBT.
O político criou uma conta no TikTok para se aproximar da população jovem, que corresponde a 40% do eleitorado do Equador. “Ele não é economista, não tem doutorado, mas tem experiência e bom coração”, disse uma jovem entrevistada pela FT.
A história de vida de Lasso também chamou a atenção. Caçula de 11 filhos, o banqueiro trabalhou na bolsa de valores da cidade de Guayaquil para pagar seus estudos aos 15 anos. Anos depois, se tornou o maior acionista do Banco de Guayaquil e passou a ser um dos credores mais bem-sucedidos do país.
A campanha de protesto do líder indígena Yaku Perez, que pediu que os apoiadores votassem nulo ao alegar fraude eleitoral no primeiro turno, em fevereiro, pode ter favorecido a terceira tentativa de eleição de Lasso. Um em cada seis eleitores votaram nulo – fator que impulsionou os votos ao banqueiro.
Promessas
Em sua campanha, Lasso prometeu romper totalmente com o legado de Rafael Correa e se colocou como o oposto de Arauz – economista de 36 anos apoiado pelo ex-presidente que governou o país entre 2007 e 2017. Apesar dos investimentos em programas sociais, Correa é acusado de polarizar o país e não precaver o grande endividamento com a China.
Lasso, por sua vez, prometeu equilibrar o orçamento e criar 2 milhões de empregos. O político ainda se comprometeu em dobrar a produção de petróleo do Equador e continuar a usar o dólar norte-americano como moeda oficial, conforme informações da Reuters.
O presidente eleito também afirmou que cumprirá o programa de empréstimos de US$ 6,5 bilhões acertados com o FMI (Fundo Monetário Internacional) em 2020, mas insistiu que não aumentará os impostos sugeridos. O novo governo, que assume em maio, deverá se reunir com o FMI para discutir pequenos ajustes.
Pela frente, há o desafio de uma grande recessão gerada pela pandemia. A economia equatoriana encolheu 7,8% em 2020 e a expectativa de crescimento é de 3,1% até o final do ano.
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