Até o final de 2021, o Egito deve mudar a atual capital, Cairo, para uma nova cidade construída ao leste do país. Apesar de atrasado, o projeto – considerado a “menina dos olhos” do presidente Abdel Fattah al-Sisi – chama a atenção pelo forte uso tecnologia nas terras até então inabitadas, informou a Reuters.
O porta-voz do governo do Egito, Khaled el-Husseiny, anunciou na quarta (17) que todos os projetos já passaram de 60% da primeira das três fases até a conclusão. Segundo ele, a transferência dos funcionários está prevista para começar em julho. Já a inauguração da nova capital deve ocorrer no final do ano.
Na segunda-feira, o governo egípcio anunciou US$ 96 milhões em incentivos para que funcionários selecionados já comecem a se mudar para a a chamada Nova Capital Administrativa.
A obra atrasou depois que os Emirados Árabes Unidos cortaram parte do financiamento em 2015, logo após o anúncio do megaprojeto. À época, o governo e os militares assumiram o custo de US$ 25 bilhões na construção, com a garantia de empréstimos e financiamento estrangeiro.
A pandemia também retardou o processo, que envolve 168 quilômetros quadrados de obras. A nova capital contará com universidades, instalações de lazer e um bairro diplomático a 45 quilômetros do Rio Nilo.
Trabalhadores ainda dão os retoques finais à esplanada de ministérios, que lembra uma sequência de templos faraônicos. Um amplo complexo presidencial fica próximo aos dois prédios do Parlamento e a um templo islâmico elevado.
Uma torre de 385 metros está prestes a ser concluída no distrito comercial, com conclusão prevista para 2023. Para o lazer, um parque de dez quilômetros leva até uma mesquita gigante, ainda em obras.
Investimento tecnológico
O governo egípcio investiu pesado na tecnologia para a construção da nova capital. Centros de controle monitorarão a infraestrutura e segurança de modo eletrônico. Não haverá pagamento em dinheiro em espécie e todos os telhados serão cobertos com painéis solares. Para cada habitante, serão 15 metros quadrados de área verde.
A nova capital do Egito deve abrigar seus milhões de pessoas. A segunda e terceira fases abordam as áreas residenciais – um projeto que deve se estender por décadas. Ainda assim, o governo deverá funcionar normalmente durante a execução, disse Husseiny.
A alta tecnologia e as possíveis oportunidades de negócios na nova capital do Egito já atraíram a China, que levou a sua Companhia Estatal de Construção e Energia para operar nas obras, de acordo com a Al-Jazeera. Bancos chineses financiam 85% do projeto de US$ 3 bilhões, que inclui 20 torres – incluindo a de 385 metros do Centro Administrativo. O prédio deve ser o mais alto da África.
Parceiros de longa data, Cairo e Beijing tendem a fortalecer laços e garantir à China, maior parceiro comercial do Egito, uma maior influência econômica sobre o país de 100 milhões de habitantes. O déficit comercial dos egípcios com o gigante asiático chega a US$ 11 bilhões.
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