Este conteúdo foi publicado originalmente no Jornal da USP (Universidade de São Paulo)
Os militares de Mianmar tomaram o poder do país na última segunda-feira (1º), após prender a líder civil do país, Aung San Suu Kyi. A ex-dama da flor, que venceu com ampla margem as últimas eleições, é assunto das colunas de Marília Fiorillo desde 2017.
A professora da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes) relembra que, junto dos militares que agora a golpeiam, a vencedora do Nobel da Paz de 1991 “apoiava uma limpeza étnica dentro da Birmânia”.
“O que falta dizer é o apoio dela à limpeza étnica dos rohingyas. Isso já levou 750 mil pessoas a fugirem para Bangladesh.”
Em uma de suas colunas, Marília mencionava uma milícia de Mianmar que tinha como missão eliminar minorias. Esse grupo é conhecido como “Os Bin Ladens de laranja”.
Durante o golpe, que instituiu Estado de emergência no país, foi possível perceber a presença de muitas pessoas vestidas de laranja.
“No poder, ela fez todas as concessões possíveis aos militares, inclusive mantendo na Constituição a possibilidade da decretação do Estado de emergência”, relembra a especialista.
Apesar dos discursos da comunidade internacional, que rechaçam o golpe, a Birmânia só tem um padrinho respeitável, segundo Marília: a China. Contudo, “se houver sanções [por parte da China], serão cosméticas, porque a China falou que a questão é interna”.
Suu Kyi, que sempre negou haver um genocídio dentro de seu país, chamou as pessoas para protestarem contra o golpe, no entanto, as pessoas correram para se abastecer de alimentos e tirar dinheiro dos bancos, prevendo o pior.
O post OPINIÃO: Golpe em Mianmar é consequência de concessões de Suu Kyi apareceu primeiro em A Referência.
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