Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
A Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) irá ajudar o Japão a liberar um milhão de toneladas de água do mar contaminada usada para resfriar a usina nuclear de Fukushima. Em comunicado, o diretor geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, disse que a solução do Japão é “tecnicamente viável e em linha com a prática internacional.”
A decisão acontece 11 anos depois que um tsunami inundou os reatores da usina, causando uma série de explosões e forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas. Grossi informou que a agência está pronta “para fornecer suporte técnico no monitoramento e revisão da implementação segura e transparente do plano”.
Segundo a agência, descargas de água no mar são rotina na operação de usinas nucleares no mundo após avaliações de impacto ambiental e de segurança. O chefe da Aiea afirmou, no entanto, que “a grande quantidade de água” envolvida torna este caso “único e complexo”.
Grossi lembrou que tanques com água ocupam grandes áreas do local. Segundo ele, “a gestão, incluindo o descarte da água tratada de forma segura e transparente envolvendo todas as partes interessadas, é de fundamental importância para a sustentabilidade das atividades” que irão encerrar a usina.
Para o chefe da agência, a decisão do governo do Japão é um marco. “Isso ajudará a pavimentar o caminho para o progresso contínuo no descomissionamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi”, disse.
Planos
Segundo agências de notícias, o Japão planeja começar a liberar 1,25 milhão de toneladas de água do mar contaminada no Oceano Pacífico em dois anos. Esse processo, porém, só acontecerá depois de filtrada e retirada da maior parte do material radioativo.
Esse processo deve eliminar os isótopos radioativos de estrôncio e césio, mas não o trítio, que está ligado ao hidrogênio. Este elemento representa pouco risco para a saúde em baixas concentrações.
A China e a Coreia do Sul já denunciaram publicamente a medida, juntamente com o grupo Greenpeace Japão. Para a ONG ambientalista, a decisão é “totalmente injustificada” e os perigos da radiação seriam menores armazenando e processando a água a longo prazo.
A liberação de toda a água do mar contaminada levará três décadas. O diretor-geral da Aiea, que visitou a usina no ano passado, disse que a agência irá atuar em estreita colaboração com o Japão antes, durante e depois do despejo da água.
Segundo ele, essa parceria ajudará a aumentar a confiança no Japão. Além disso, o descarte de água não terá impacto adverso na saúde humana e no meio ambiente.
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