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quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Soldados senegaleses desaparecem durante ação de combate à exploração ilegal de madeira

Nove soldados do exército do Senegal estão desaparecidos depois de participarem de uma operação de combate à exploração ilegal de madeira. De acordo com as forças de segurança, os militares, membros de uma força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), “provavelmente são mantidos reféns” por rebeldes da região senegalesa de Casamansa, sul do país. As informações são do site The Defense Post.

Na segunda-feira (24), o exército afirmou que dois militares foram mortos durante um confronto com membros do grupo separatista armado Movimento das Forças Democráticas de Casamansa (MFDC), que luta pela independência da região. Dois dias depois veio a informação sobre os nove desaparecidos .

“Os nove soldados desaparecidos provavelmente são reféns do MFDC. As operações estão em andamento para encontrá-los e proteger a área”, diz um comunicado dos militares, citando ainda que um rebelde foi morto e outros três foram capturados.

Soldados do exército do Senegal em 2014 (Foto: Flickr)

Os soldados são membros das forças de paz da ONU em Gâmbia, a ECOMIG. O território gambiano tem forte presença de rebeldes provenientes de Casamansa e enfrenta um conflito que tirou milhares de vidas e devastou a economia local. Nos últimos anos, os combates perderam intensidade, mas persistem.

A ECOMIG é composta principalmente por soldados senegaleses e foi enviada a Gâmbia em janeiro de 2017, depois que o ex-ditador gambiano Yahya Jammeh se recusou a deixar o poder após perder para Adaqma Barrow na eleição presidencial de dezembro de 2016. Posteriormente, Jammeh cedeu e se exilou na Guiné Equatorial, sendo acusado de levar consigo milhões de dólares roubados dos cofres públicos.

O MFDC foi criado 1982 e desde então luta pela independência da região de Casamansa, no sul do Senegal e que faz fronteira com Gâmbia. A região é ocupada sobretudo pelo grupo étnico Jola, uma minoria senegalesa.

Gâmbia serve de base para o MFDC, cujo financiamento vem do tráfico de madeira na região. Em maio de 2014, um dos líderes do grupo rebeldes acordou um cessar-fogo ao governo, mas os combates de baixa intensidade continuam.

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