O grupo terrorista Mujahideen Ghazwat-ul-Hind (MGH), ativo na Caxemira e vinculado à Al-Qaeda, assumiu a responsabilidade por uma bomba colocada na semana passada em um mercado de flores de Ghazipur, em Nova Délhi, na Índia. As autoridades locais trabalham para confirmar oficialmente a alegação e ainda não prenderam nenhum suspeito, de acordo com o jornal The Hindustan Times.
Na última sexta-feira (14), a polícia foi informada que um uma bolsa preta havia sido deixada em uma calçada perto do Portão 1 do maior mercado de flores de Nova Délhi. Ela continha uma caixa de ferro com um pó branco, fitas isolantes e muitos fios conectados. O esquadrão de bombas foi acionado e realizou uma explosão controlada para destruir o que seria um IED (dispositivo explosivo improvisado, da sigla em inglês), contendo produtos químicos poderosos e estilhaços usados para ferir o máximo de pessoas possível.
Em razão do incidente, o governo local emitiu um alerta para toda a região e Estados próximos, sobretudo aqueles em que serão realizadas eleições em breve. O temor é de que novas ações de organizações terroristas islâmicas venham a acontecer.
Um agente de polícia que pediu para não ter a identidade revelada afirma que o MGH assumiu a autoria da ação através de um grupo do aplicativo de mensagens Telegram. Os extremistas teriam alegado que o IED não explodiu por problemas técnicos. A mensagem em questão foi identificada pelos serviços de inteligência e, posteriormente, compartilhada pela organização terrorista com os investigadores que cuidam do caso.
“Na mesma mensagem na plataforma, a suposta organização terrorista mencionou que o IED não disparar não significa que o plano falhou. Por meio da mensagem, a equipe também alertou as agências para se prepararem para mais tentativas de ataques terroristas”, disse o policial.
Novo grupo extremista
A preocupação das autoridades, no momento, é com a presença na Índia de mais terroristas provenientes da Caxemira, território disputado por Índia e Paquistão e foco de constante tensão entre hindus e muçulmanos. A população indiana se prepara para celebrar o Dia da República, em 26 de janeiro, e para eleições em cinco Estados, eventos que são vistos como potenciais alvos para extremistas.
Entre os grupos extremistas que mais preocupam a polícia local está justamente o MGH, atualmente em evidência no país. Vijay Kumar, inspetor geral da polícia de Jammu, na Caxemira indiana, disse que o grupo foi criado por Khitab Kashmiri, um extremista que lutou ao lado do Taleban no Afeganistão e vive atualmente na porção paquistanesa da Caxemira. Porém, as autoridades admitem que ainda precisam buscar mais informações sobre a organização.
Por que isso importa?
De maioria muçulmana, a Caxemira é disputada por Índia e Paquistão desde que Nova Délhi e Islamabad conquistaram a independência do Reino Unido e se separaram em dois países, em 1947. Desde então, as nações já travaram duas guerras pelo território.
Em 5 de agosto de 2019, o governo da Índia, de orientação nacionalista hindu, retirou os poderes semi-autônomos do Estado, tomando-o sob sua responsabilidade. O primeiro-ministro Naremdra Modi também anulou os direitos especiais hereditários que os nativos tinham sobre a propriedade e o emprego de terra na região.
Aprovadas sem orientação democrática, as leis são motivo de ressentimento do povo da Caxemira. Muitos pedem pela independência do território da Índia ou unificação com o vizinho Paquistão.
A Índia tem mais de 500 mil soldados na Caxemira, uma das zonas mais militarizadas do mundo, desde que uma rebelião eclodiu por lá em 1989. O país acusa o Paquistão de apoiar rebeldes armados que lutam pela independência da Caxemira. Islamabad nega as acusações.
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