Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
por Amatijane Candé, de Bissau (Guiné-Bissau)
A Organização Mundial da Saúde, OMS, diz que África precisa com urgência de mais fornecimento de vacina contra a Covid-19.
No momento, as entregas diminuem e os lotes iniciais estão quase esgotados em alguns países. Até este 25 de março, o continente já havia administrado mais de 7,7 milhões de doses sobretudo em grupos de alto risco.
Distribuição
Ao todo, 44 países africanos já receberam os imunizantes por meio da Iniciativa Covax, organizada pela OMS. Foram cerca de 16 milhões de doses a 28 países desde o fim do mês passado.
A diretora-regional da OMS na África, Matshidiso Moeti, diz que uma desaceleração no fornecimento pode prolongar a dolorosa luta contra a pandemia. Para ela, a aquisição de vacinas não deve ser uma competição e o acesso justo tende apenas a beneficiar a todos.
Ela defende a necessidade de produção local em África para responder a procura, promover a transferência de tecnologia e reduzir barreiras de propriedade intelectual.
Angola e Nigéria
Gana já administrou mais de 470 mil doses e Ruanda 345 mil. Em Angola, os trabalhadores de saúde respondem por mais de metade dos vacinados, enquanto se continua à espera da chegada das vacinas em 10 outras nações africanas.
A Nigéria iniciou a campanha em meados deste mês em Lagos com 500 mil das 3,9 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca no âmbito da Iniciativa Covax.
Lagos é o epicentro da pandemia e a primeira fase de vacinação visa profissionais de saúde, a equipe de resposta rápida da Covid-19, a polícia e líderes estratégicos.
No mesmo quadro, o Sudão do Sul recebeu 132 mil das 732 mil doses de vacina alocadas para o país. A primeira fase visa pessoas de 65 anos e mais e profissionais de saúde. A elaboração do plano de distribuição das vacinas está em curso.
A elevada demanda de vacina da Covid-19 coloca um fardo enorme sobre a indústria global que produz entre 3 bilhões a 5 bilhões de doses por ano, e a necessidade global é de 14 bilhões de doses.
A OMS recomenda maior colaboração global das cadeias de abastecimento para garantir que fabricantes com excesso de oferta sejam postos em contato com companhias que têm capacidade de preenchimento e acabamento.
Guiné-Bissau
A Organização encorajou também a colaboração com o setor privado para ajudar a proteger e entregar vacinas tal como a iniciativa da firma sul-africana de telecomunicações MTN que forneceu 723 mil vacinas a nove países. A Guiné-Bissau recebeu 12 mil doses da vacina Astrazeneca como parte desta iniciativa e o início da vacinação está prevista para 3 de abril.
Enquanto a maioria dos países vê a curva da epidemia nivelar-se, 11 nações incluindo Botsuana, Benin, Camarões, Djibuti, Etiópia e Quênia registaram uma tendência ascendente nas últimas semanas.
O aumento dos casos estaria ligado a eventos de contaminação extrema, como grandes aglomerações e o relaxamento das medidas preventivas. Nas últimas quatro semanas, as mortes baixaram para 45%, em relação ao igual período prévio e a taxa de letalidade em mortes cumuladas é de 2,7% no continente contra 2,2% no mundo.
A maioria dos países africanos participa ativamente da Iniciativa Covax, uma plataforma que envolve a Coalizão para Inovação de Preparação para Epidemias, Cepi, a Aliança de Vacina, Gavi, a OMS e o Unicef.
Destina-se a entregar doses de vacina suficientes para imunizar pelo menos 20% da população de África ainda este ano.
O post OMS: Acesso equitativo à vacina contra Covid-19 pode ampliar alcance na África apareceu primeiro em A Referência.
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