O poeta e editor uigur de 82 anos Haji Mirzahid Kerimi morreu em uma prisão na província de Xinjiang, ao nordeste da China, no dia 9 de janeiro. Fontes do sistema penitenciário confirmaram o óbito à Radio Free Asia no final do mês passado.
As autoridades chinesas prenderam Haji e outros 14 funcionários de uma editora administrada por uigures ainda em 2017. Haji foi condenado a 11 anos de prisão.
O grupo escreveu e publicou cinco obras sobre as figuras que ajudaram a estabelecer o reino uigur na Ásia Central entre os séculos 8 e 11 – livros que Beijing considerou como “problemáticos”.
As causas da morte de Haji ainda são desconhecidas. Familiares afirmam que ele sofria de problemas de saúde. À RFA, fontes disseram que o poeta morreu no hospital após um longo tratamento, mas não especificaram a doença.
Crítico a Beijing
Desde o início de 2017, quando começou a campanha mais recente de Beijing contra os uigures em Xinjiang, dezenas de figuras proeminentes na sociedade uigur desapareceram.
A principal suspeita é que a maioria esteja confinada em centros de detenção mantidos pelos chineses. Em 2016, as estruturas se multiplicaram na região. Há relatos de maus tratos e trabalho forçado nesses locais.
Familiares atribuem a Haji as características de um “crítico franco” ao governo chinês. A rápida deterioração da situação política na cidade de Kashgar, onde vivia, não impediu que compartilhasse suas opiniões.
Em junho de 2017, ele denunciou que a polícia confiscou romances históricos e diversos manuscritos de sua casa.
As autoridades também teriam detido o escritor por conta de um discurso contrário aos chineses feito em uma cerimônia. Dos 20 aos 50 anos, Haji cumpriu pena em prisão domiciliar.
A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que até um milhão de uigures estejam nos campos em Xinjiang. A população tem raízes muçulmanas, ligadas aos povos da Ásia Central, e sofre discriminação da maioria han na China.
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