O líder da oposição Bobi Wine ingressou com uma ação na Suprema Corte de Uganda, na segunda (1), disse o advogado do partido à Reuters. Ele pede o cancelamento das eleições de 14 de janeiro, que deram vitória ao atual presidente Yoweri Museveni.
Com 59% dos votos, Museveni inicia o sexto mandato, após 34 anos no poder. Ex-líder guerrilheiro, o presidente liderou a derrubada de Idi Amin, ditador de Uganda entre 1971 e 1979.
O atual chefe de Estado atuou à frente do NRA (do inglês Exército de Resistência Nacional) durante a década de violações aos direitos humanos, repressão política, assassinatos e nepotismo sob Amin.
Antes de ser presidente, Museveni atuou como ministro e, em 1981, ao alegar fraude eleitoral, lança uma guerrilha que dura cinco anos. Em 1986, o NRA captura a capital, Kampala, e instala Museveni na Presidência.
A primeira eleição democrática do presidente foi em 1996, quando o governo alegou vitória de 75% dos votos. Desde então, a repressão política conteve movimentos oposicionistas – até a recente campanha por uma transição de poder nas redes sociais.
Bobi Wine, um cantor de reggae de 38 anos, é popular entre a jovem população do país, de 43 milhões de habitantes. Nas eleições, a Comissão Eleitoral afirma que o artista teve 35% dos votos – soma que Wine contesta.
“Houve um aumento total de votos [a favor de Museveni], intimidação de agentes e simpatizantes da oposição. Opositores foram presos na véspera da eleição”, denunciou o advogado, George Musisi. “Queremos o cancelamento e uma nova eleição”.
“Zona de guerra”
Na terça (2), Wine afirmou à Reuters que as forças de Uganda detiveram ou sequestraram cerca de três mil de seus partidários desde novembro, quando iniciou a campanha presidencial. Só Wine foi preso duas vezes no período.
Após as eleições, cerca de 500 soldados cercaram a casa de Wine e impediram a entrada de mantimentos. O opositor descreveu a campanha eleitoral como uma “zona de guerra”.
Com colete à prova de balas e capacete de balística, Wine denunciou interrupções rotineiras em seus comícios. As forças de segurança atingiam seus apoiadores com balas, espancamentos e gás lacrimogêneo.
Para suprimir os protestos e contestações, a estratégia mais recente de Museveni é manter bloqueados os canais de telecomunicações, incluindo as redes de internet no país.
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