Um confronto entre soldados das forças de segurança do Níger e combatentes jihadistas, na violenta região de Tilaberi, deixou “dezenas de mortos”, sendo ao menos 12 militares e um número incerto de extremistas. As informações são da agência catari Al Jazeera.
No último domingo (5), o Ministério da Defesa nigerino anunciou o incidente, que envolveu tropas do exército e “centenas de terroristas armados”. Além dos mortos, oito militares teriam ficado feridos, de acordo com o comunicado da pasta. Motocicletas usadas pelos extremistas na ação foram destruídas, e equipamento de comunicação foi apreendido pelas forças de segurança.
Fantio, onde ocorreu o confronto, é uma pequena comunidade rural no distrito de Tera, na região de Tillaberi, e é regularmente alvo de grupos armados afiliados à Al-Qaeda ou Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS).
Por que isso importa?
No Níger, o epicentro da violência é a região de Tillaberi, um dos principais palcos da onda jihadista que tomou o Sahel Central. A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do país, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro.
Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, que esteve à frente do governo desde 2011 e deixou o poder após dois mandatos, na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.
O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram e do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), da Nigéria, que avançam sobre o sudeste do país.
Principal facção extremista da Nigéria, o Boko Haram passou a colecionar derrotas ultimamente, com a neutralização de seus líderes por parte das forças de segurança nigerianas. Em junho deste ano, militantes do grupo jihadista gravaram um vídeo no qual confirmaram a morte de Abubakar Shekau, seu notório ex-comandante. Esas derrotas levaram o grupo se movimentar mais e assim chegar ao Níger, mais longe do enfrentamento com o exército nigeriano.
Formado por dissidentes do Boko Haram, o ISWAP se afastou de Shekau em 2016 e passou a se concentrar em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive contra trabalhadores humanitários. Depois da morte de Shekau, acredita-se que houve uma aproximação entre os dois grupos, sendo o maior indício dessa aliança a realização de ataques contra organizações militares por combatentes suspeitos de integrarem ambas as facções.
.No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.
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