A polícia da Alemanha anunciou nesta quarta-feira (15) que identificou um grupo “antivax” que planejava assassinar o chefe de governo do Estado da Saxônia, Michael Kretschmer, em protesto contra a obrigatoriedade da vacinação da Covid-19 e as regras restritivas impostas a quem não se vacinou. As informações são da agência Reuters.
Os manifestantes “antivax” debatiam o assassinato do líder político em um grupo do aplicativo russo de mensagens Telegram, e ações policiais foram realizadas para prender os membros da cidade de Dresden. A Saxônia é um dos Estados com taxas mais altas de infecção e mais baixas de vacinação contra a Covid-19 no país.
A polícia investiga seis pessoas ligadas ao grupo chamado “Dresden Offlinevernetzung (rede offline de Dresden, em tradução literal). As investigações iniciais levaram a cinco suspeitos na cidade de Dresden e um na cidade de Heidenau. Nas trocas de mensagens pelo Telegram, os membros indicavam estar em posse de armas de fogo e bestas. As autoridades locais anunciaram a operação através de sua conta no Twitter.
Aktuell läuft in #Dresden ein Polizeieinsatz des LKA Sachsen unter Beteiligung des Spezialeinsatzkommandos. Es werden mehrere Objekte durchsucht. Vorausgegangen waren in einer #Telegram-Gruppe besprochene Mordpläne gegen @MPKretschmer, über die das Magazin @ZDFfrontal berichtete. pic.twitter.com/LFI3zlGbet
— Polizei Sachsen (@PolizeiSachsen) December 15, 2021
Violência “antivax”
Na Alemanha, protestos contra a obrigatoriedade da vacina têm se tornado mais violentos, com ataques a médicos, políticos e jornalistas. Segundo a emissora alemã ARD, políticos, meios de comunicação e instituições públicas receberam cartas que ameaçavam “resistência sangrenta” contra as medidas e incluíam um pedaço de carne embrulhado.
Em seu primeiro discurso importante no Parlamento após assumir o cargo, no início de dezembro, o chanceler Olaf Scholz falou sobre a situação. “Não toleraremos uma pequena minoria de extremistas desinibidos tentando impor sua vontade a toda a nossa sociedade”, disse.
Por que isso importa?
A Europa voltou a sofrer nas últimas semanas com o avanço da Covid-19. As principais razões para o avanço da doença no continente são o afrouxamento da obrigatoriedade do uso de máscara em lugares públicos e o alto número de pessoas não vacinadas, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Mais de um bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 foram administradas na Europa, com a cobertura vacinal chegando a 53,5%. No entanto, a OMS afirma que ainda há muitas diferenças entre os países, já que algumas nações imunizaram menos de 10%, enquanto outras superam a marca de 80% da população total.
Segundo o órgão, o fim da pandemia está distante, e a Europa precisa reforçar as regras restritivas de distanciamento social e uso de máscaras, além da vacinação. Caso contrário, os países europeus podem atingir a marca de mais de 2 milhões de mortos em virtude do coronavírus até março de 2022.
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