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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pandemia de Covid-19 pode levar a uma escassez global de seringas, alerta OMS

Os esforços para aumentar a produção da vacinas contra a Covid-19 devem ser acompanhados pelo acesso às seringas necessárias para injetá-las. E isso pode levar inclusive a uma escassez global de agulhas para campanhas regulares de imunização no próximo ano, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Com base em um cenário em que cerca de sete bilhões de pessoas precisam de duas doses da vacina contra o coronavírus entre agora e 2023, a agência de saúde da ONU (Organização das Nações Unidas) disse que uma escassez de pelo menos um bilhão de seringas “pode ocorrer” se a fabricação não aumentar.

Lisa Hedman, conselheira sênior da divisão de Acesso a Medicamentos e Produtos de Saúde da OMS, alertou que uma geração de crianças pode perder as vacinas programadas, a menos que os fabricantes encontrem uma maneira de fazer mais seringas descartáveis ​​de uso único.

Cidadão do Mali é imunizado após chegada das vacinas à Covid-19 via iniciativa Covax em 31 de março de 2021 (Foto: UN Photo/Seyba Keita)

“Quando você pensa sobre a magnitude do número de injeções administradas para responder à pandemia, este não é um lugar onde podemos nos permitir atalhos, carências ou qualquer coisa que não seja a segurança total para pacientes e profissionais de saúde”, disse Hedman .

Segundo ela, mais de 6,8 bilhões de doses de vacinas Covid-19 estão sendo administradas globalmente por ano, o que é quase o dobro do número de vacinas de rotina entregues anualmente: “Infelizmente, a falta de seringas é uma possibilidade real, e aqui estão mais alguns números. A capacidade de produção global é de cerca de seis bilhões por ano para seringas de imunização, e fica bastante claro que um déficit em 2022 de mais de um bilhão poderia acontecer se continuarmos com os negócios como de costume”.

Hedman explicou, ainda, que a reutilização de seringas mesmo depois de esterilizadas não é aconselhável, pois as bactérias nocivas continuavam presentes. Também observou que as seringas são particularmente propensas a atrasos no transporte porque ocupavam dez vezes o espaço de uma vacina.

Nova onda

A OMS alertou na semana passada que todos os países da Europa e Ásia Central enfrentam uma ameaça real de ressurgimento do Covid-19 ou já estão lutando contra ela. O diretor regional do órgão para a Europa, Hans Kluge, disse que o ritmo atual de transmissão nos 53 países europeus regidos pela OMS é “de grande preocupação”.

De acordo com Kluge, os casos estão mais uma vez se aproximando de níveis recordes, com a variante Delta mais transmissível continuando a dominar a transmissão. “Estamos, mais uma vez, no epicentro”, disse Kluge, acrescentando que as taxas de internação por Covid-19 mais do que dobraram em uma semana.

Nas últimas quatro semanas, o continente viu um aumento de novos casos de 55%. Somente na semana passada, a Europa e a Ásia Central foram responsáveis ​​por 59% de todos os casos de Covid-19 registrados em todo o mundo, bem como de 48% das mortes relatadas.

Existem tendências crescentes em todas as faixas etárias, mas 75% dos casos fatais ocorrem em pessoas com 65 anos ou mais. Uma estimativa prevê que, se os países mantiverem essa trajetória, pode ocorrer mais meio milhão de mortes na Europa e na Ásia Central até 1º de fevereiro do próximo ano.

Kluge cita duas razões o este aumento: cobertura vacinal insuficiente e flexibilização das medidas de saúde pública e sociais. “Apesar dos casos quase recordes de Covid-19, as novas mortes estão em aproximadamente metade dos níveis máximos. Isso reflete os efeitos das vacinas que salvam vidas”, disse.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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